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Power 100: Alê Garcia, o criativo com horizontes globais e que agregam a comunidade
Power 100: Alê Garcia, o criativo com horizontes globais e que agregam a comunidade
Alê Garcia é o primeiro convidado desta nova ronda de conversas no âmbito da PowerList 100. Nascido nas raízes culturais profundas da Restinga, um bairro periférico de Porto Alegre (Brasil), Alê Garcia é um nome que ecoa não apenas nas ruas que o viram crescer, mas em todo o Brasil. Mais do que um homem de palavras, Garcia é um mosaico vivo de talentos que entrelaçam-se para narrar, celebrar e elevar a cultura negra. Aos 44 anos, o autor, criador de conteúdo e publicitário, mantém uma perspetiva jovial e dinâmica, sempre à procura de evoluir e expandir os seus horizontes. Em conversa com Eddie Pipocas, Alê partilhou as suas experiências e visões no que toca à representatividade negra em diversas esferas sociais e culturais no contexto brasileiro. O criativo e fundador, juntamente com Gilvana Viana, da Casablack - um hub de cultura negra e inovação - reflete sobre a necessidade de reconhecer e valorizar cada conquista, não apenas no Brasil, mas em todo o mundo. Garcia enfatiza a ideia de que o sucesso deve ser medido pela excelência e pela capacidade de superar obstáculos, uma noção que ressoa nas suas palavras e na sua própria trajetória. "Eu cresci nos anos 80, sem ter nenhum exemplo benéfico do que é ser uma pessoa negra. E aí, realmente tive que me forjar de uma carga de autoestima. Eu dei sorte de nascer num bairro periférico, mas com muitas pessoas negras e um bairro muito organizado. Um bairro onde cada coisa que eu via me dava um motivo de orgulho. Com uma escola de samba importante, com iniciativas de teatro e de música, de pessoas que eu via indo trabalhar e fazendo acontecer e ao mesmo tempo criando a diversão, criando a plataforma também. E por meu pai ser um cara de escola, eu cresci também rodeado de muitos livros e discos de cantores negros, de músicos negros. Então, nasci, rodeado de gente excelente demais. Mas em contrapartida, o que eu via na grande mídia era o negro fazendo humor como aquele que é o bêbado, aquele que não tem emprego, aquele que é o marginal. Eu via issom, via a negra sexualizada no carnaval como um corpo tão somente. E na emissora de maior audiência do Brasil, uma das maiores do mundo, eu via os negros em papéis de serviçais ou em novelas de época fazendo escravizados. Era o que eu via. Então, se aquilo fosse o meu único exemplo de vida, eu ia estar sempre subestimando a nossa capacidade", explica Alê Garcia. É sobre todo mundo crescer muito junto e não ficar comprando a narrativa que eles querem que a gente compreAlê Garcia Ao falar sobre a CasaBlack, Alê destaca o papel crucial da Internet e das plataformas digitais em amplificar vozes negras e em promover uma visão mais ampla e inclusiva. Ele reflete sobre o impacto das redes sociais e da tecnologia no empoderamento da comunidade, permitindo que as suas histórias e realizações sejam partilhadas e celebradas. "Nós resolvemos unir todo esse amor e criar essa noção da excelência negra. Então, a Casablack é esse portal, a gente fala que é um hub de cultura negra e inovação. É um portal para mostrar o negro sobre a ótica da realização, da excelência, mostrar também obviamente os negros de outros países, os negros africanos incríveis, europeus, mas mostrar o brasileiro como esse cara que cria tudo em várias áreas e traz essa narrativa para nós. Ser dono da nossa narrativa", sublinha. A entrevista também toca em pontos críticos como o racismo sistémico, a representatividade na mídia e a importância de criar espaços onde pessoas negras possam ser vistas e ouvidas em plenitude, sem estereótipos ou limitações. Alê Garcia discute como a Casablack e outras iniciativas são fundamentais para mudar narrativas e criar um futuro onde a diversidade e a igualdade sejam não somente aceites, mas celebradas. Ver esta publicação no Instagram Uma publicação partilhada por Alê Garcia (@alegarcia) Com um olhar firme para o futuro, Alê Garcia reafirma o seu compromisso com a promoção da cultura negra, não só no Brasil, mas à escala global. O autor, criador e publicitário, destaca a importância de colaborações internacionais para fortalecer e unir a comunidade em todo o mundo lusófono e além. "Venham, todo o mundo. Vamos abraçar, vamos crescer junto, e aí eu vou te indicar, tu me indica e tal, é sobre todo mundo crescer muito junto e não ficar comprando a narrativa que eles querem que a gente compre, de se separar", explicou. Este homem de incontáveis talentos e incansável defensor da cultura e da representatividade negra, Alê Garcia, continua a ser uma voz indispensável e inspiradora. A conversa em vídeo com a BANTUMEN oferece um vislumbre da sua visão, paixão e determinação em fazer a diferença, reforçando por que ele é considerado um dos criativos mais inovadores do Brasil, eleito pela Forbes, em 2020. https://youtu.be/q14VyehOHUU

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