Aplausos. A pouco e pouco Angola vai-se despindo de tabus. Aplausos novamente. Este sábado foi a noite de estreia da queda de um quase não assunto.
Continuam desenquadrados? Deixa “expilicá”. Estreou no Hotel Royal Plaza, em Luanda, a peça de teatro Desabafo do chouriço. Onde está “chouriço” podem ler pénis, tubo, pau, mambo do wi…já ’tá bom, não é? Aprendeu-se mais sobre o pénis ou acerca do que o próprio pensa dele mesmo.
Dennis Fonseca, Mendes Lacerda, Orlando Sérgio, Valdano Lukizaia, Raúl do Rosário e Yuri de Sousa ascenderam ao palco para travar um “lero lero” básico, no bar do costume, sobre a vida íntima do homem nos seus mais diversos âmbitos. Sim, meninas (que eu sei que vocês também nos lêem), é isso mesmo.
Estive – eu e mais de uma centena de pessoas – cerca de hora e meia a ouvir falar do membro viril. Assisti a momentos de comédia e de reflexão que quase me “transportaram” para a cabeça (ou para as cabeças!) dos homens no momento do “vamo que vamo”!
Não vos vou contar a história, mas queria só partilhar algumas das inquietações que mais me marcaram. Há homens que gostam delas com pêlo. E cito: “Não precisa de ser uma floresta do Maiombe, mas tem de ter pêlos”. Outros há que apreciam a dor das garinas. Permitam-me novamente: “A dor é que faz com que elas cheguem ao orgasmo”, desabafou o chouriço.
E digo-vos mais: afinal existe aquela mboa que vos faz ejacular mesmo antes de a penetrarem? Ela abandonou-vos? Não quero “beefar” ninguém. Perguntar não ofende, dizem.
Ai, e com esta me calo. Descobri que há “madiés” que se sentem melhor quando “batem uma do que quando estão com uma dama”. Vamos só aguardar, quem sabe, o Desabafo da Pombinha porque eu não consigo tecer comentários neste ponto.
Sabem como é que nós angolanos somos no teatro e no cinema, não é? Agora pensem numa peça teatral sobre a vida sexual dos homens. Sentei-me na primeira fila, não vou vos mentir. Eu mesmo é que ia ficar lá atrás?
A produção do espectáculo esteve a cargo de Carla Gâmboa, Edusa Chindecasse e Solange Feijó, Flávio Ferrão encenou e coordenou a peça e Cali Toso foi o responsável pelo desenho de luz.
Meus caros, é isso. Vão ao teatro, bebam um copo e “brindem à punheta”, disseram eles. Eu também só estou a passar o recado.