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Super-Gonorreia, um problema sexual que está a propagar-se rapidamente pelo mundo todo

A Organização Mundial de Saúde (OMS) afirmou na sexta-feira 7 Julho que a doença está a propagar-se muito depressa no mundo inteiro, colocando a vida de milhões de pessoas em risco, visto que a estirpe mais perigosa ainda não tem tratamento.

Por trás da propagação estão alegadamente o sexo oral e a diminuião do uso de preservativo.

Os investigadores afirmam que “a situação é muito séria”, referindo-se à forma como esta doença sexualmente transmissível (DST) apresenta elevadas formas de resistência aos medicamentos, e acrescentam ainda que “é apenas uma questão de tempo”, até os últimos antibióticos de recurso para a gonorreia deixarem de fazer efeito.

Teodora Wi, uma especialista em reprodução humana, na unidade de saúde da UN em Geneva, Suíça, diz que a “Gonorreia é uma bactéria bastatnte inteligente”. “Sempre que lhe introduzimos um tipo novo de antibiótico para tratá-la, esta bactéria desenvolve resistência”.
A OMS estima que, por ano, cerca de 78 milhões de pessoas apanham gonorreia, uma DST que infecta os genitais, o reto e a garganta.

A infecção, que em muitos casos pode não ter sintomas, pode levar a doenças pélvicas inflamatórias, gravidez ectópica e infertilidade, assim como aumenta o risco de se contrair HIV.

No journal PLOS Medicine já se encontra um estudo referente a três casos especificos, com localização em Espanha, França e no Japão, de pacientes com estirpes de gonorreia, contra as quais nenhum antibiótico teve efeito.

“Estes são casos que podem infectar outras pessoas. Podem ser transmissíveis”, explica Wi. “Estes casos podem ser apenas a ponta do icebergue, uma vez que os sistemas de diagnóstico e o relatar de infecções sem tratamento estão em falta em paíes de baixa renda, onde a gonorreia é realmente mais comum”.

O programa da OMS, para monitorizar as tendências na investigação de medicamentos aos quais a gonorreia é resistente, descobriu, num estudo efectuado de 2009 a 2014, que houve resistência generalizada ao medicamento de primeira linha Ciprofloxacina, aumentando a resistência a outros antibioticos desigados Azitromicina e o surgimento de resistência num último recurso de tratamentos de alto espectro, conhecidos como Cefalosprinas (ESCs).

Diz-se que em muitos países, as ESCs são agora o único antobiótico que permanece efctivamente no tratamento da gonorreia. Ainda assim, a resistência a estes medicamentos já foi relatada em 50 países.

Manica Balasegaram, director da Global Antibiotic Research and Development Partnership, disse que a situação é “assustadora” e que há uma “necessidade urgente” por novos medicamentos.
Contudo, o caminho não está muito fácil, apenas três novos potenciais medicamentos para a gonorreia estão em desenvolvimento e não há qualquer garantia de que os ensaios de último estágio, sejam efectivos.

“Precisamos urgentemente de aproveitar as oportunidades que temos com os novos medicamentos e os pacientes em estudo,”disse Manica. “Qualquer novo tratamento desenvolvido deve ser acessível a quem precise dele, assegurando que este é usado de forma adequada, de modo a que a ressitência a antibióticos desacelere tanto quanto possivel.”

A gonorreia é causada pela bactéria Neisseria gonorrhoeae, também conhecida como gonococo. Qualquer indivíduo que tenha qualquer prática sexual pode contrair a gonorreia. A infecção pode ser transmitida por contato oral, vaginal ou anal.

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