MIA regressa em novembro: a 4.ª edição celebra a memória e a expansão do projeto entre Luanda, Lisboa e Porto

De volta a Lisboa, o MIA – Mês da Identidade Africana apresenta a sua 4.ª edição, entre 5 e 15 de novembro, na Casa do Comum, com uma programação de entrada livre que junta arte, cinema, literatura, infância, formação e música. A edição de 2025 afirma-se como um prolongamento do diálogo entre Luanda e Lisboa, um eixo simbólico que devolve à memória o seu papel de força criadora.

A programação abre com a exposição Ecos da Memória (5 a 15 de novembro, 18h30), que reúne Naia Sousa (Moçambique), Sai Rodrigues (Cabo Verde), Gigi Origo (França/Cabo Verde) e Ricardo Parker (Portugal/Cabo Verde). Assinalando os 50 anos das independências dos PALOP, a mostra propõe um olhar sobre a história como um eco vivo e transformador. A inauguração inclui as performances de Sani Dubois (Chão que Vibra, Corpo que Responde) e Cynthia Perez (Versos de Liberdade).

No dia 6, a sessão de cinema “Todos os Negros são de África?” exibe o filme Medida Provisória (2020), de Lázaro Ramos, seguida de uma conversa sobre o cinema como espaço de resistência e de arquivo.

A 7 de novembro, a festa de lançamento da Biblioteca Negra, iniciativa do realizador Fábio Silva, celebra a literatura da diáspora com Poeta da Cidade, Kenny Caetano, Maíra Zenun, Telma Tvon, Nuna, Batida, André Cabral e Fábio Krayze (DJ Robe).

A reflexão sobre pertença e autoestima prolonga-se a 8 de novembro com a conversa “Brincar com Identidade”, moderada por Wilds Gomes, com Ângela Almeida (Colo di Mamá), o psicoterapeuta Henda Vieira Lopes e Bárbara Almeida, conhecida como Titacatita e fundadora da plataforma Afrominds.

O encerramento, a 15 de novembro, propõe um dia inteiro de partilha. A tarde abre com a sessão infantil “A Cor das Palavras” (15h), conduzida por Aoaní Salvaterra, um momento poético dedicado ao despertar da leitura e da imaginação nas crianças.

Segue-se o Skill Up Content Creator (18h), com Christian Rôças, conhecido como Crocas, estratega criativo, ex-CEO do Porta dos Fundos e fundador da Flint, plataforma internacional que liga marcas e criadores e ajuda profissionais de diferentes áreas a dominar a linguagem do universo creator. Reconhecido por ter contribuído para redefinir a forma como o conteúdo é pensado e produzido no mundo digital, Crocas conduz uma conversa sobre atenção, autenticidade e propósito, três pilares que hoje determinam não apenas a relevância online, mas também o impacto real de quem comunica.

O MIA encerra com o DJ set “Sons de Independência” (19h30), por Camboja Selecta, que atravessa as décadas de 1960 a 1980 e revisita a música como símbolo de resistência, liberdade e união entre os povos dos PALOP.

A edição deste ano com o apoio da Casa do Comum, Direção-Geral das Artes, Flint, Natixis, Pastéis de Belém, República Portuguesa, Sogrape e The Creative Hub by Cipro Group.