C4 Pedro, um "king" nada "Sem Querer" no Coliseu de Lisboa

19 de Julho de 2025
C4 Pedro coliseu lisboa
C4 Pedro fotografado por @Eyeeconic para a BANTUMEN

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“Fica calma, relaxa, 'tá tudo bem.” Foi com este refrão que C4 Pedro deu o primeiro passo em palco no Coliseu dos Recreios, em Lisboa, no passado dia 18 de julho. 


Pouco antes de o artista da noite subir ao palco, a zona à volta do Coliseu tornou-se praticamente intransitável, com a multidão a juntar-se em fila bem antes das portas abrirem, num entusiasmo difícil de conter. 


Foi ao som de "Sem Querer" - lançada em março e já com mais de 4,5 milhões de visualizações no YouTube - que se abriu o espetáculo Nostalgia. A sala, cheia até à última cadeira, recebeu de braços abertos um concerto íntimo e memorável, que celebrou os 18 anos de carreira de um dos artistas mais queridos da música lusófona.


O Coliseu transformou-se num espaço de memórias partilhadas. O concerto fez jus ao nome Nostalgia, não só pela escolha do repertório, mas pela forma como cada canção despertou lembranças guardadas e cumplicidades renovadas entre o artista e o público. Houve entrega, momentos inesperados e presenças especiais que ajudaram a tornar a noite numa das mais simbólicas da carreira de C4 Pedro.



C4 Pedro, Bruna Amado e Lil Saint, fotografados por @eyeeconic para a BANTUMEN

O alinhamento foi tão nostálgico como quem abre um álbum de fotografias antigas: temas como "Casamento", "Calor e Frio", "Dá Só" e "Nossas Coisas" criaram os primeiros sorrisos, enquanto "De Alma na Paixão" e "Morena Achada" mergulharam a sala num silêncio quebrado apenas pelas vozes da plateia que sabia cada verso de cor. C4 foi definitivamente o "Último Poeta" que nos levou aos  "Cofres do Céu".

Embora o artista não tenha anunciado convidados, isso não significou que tenha subido ao palco sozinho. Pelo contrário, partilhou momentos especiais com presenças de peso. Um dos pontos altos da noite foi “Estragar”, ao lado de Agir, uma atuação que fez estremecer o Coliseu. Em “Química / Evita”, juntou-se ao irmão Lil Saint, num momento carregado de emoção. Já em “Agora Dança”, apresentou pela primeira vez em Portugal, e no palco do Coliseu, a artista Bruna Amado.


Numa pequena pausa do espetáculo, um momento inesperado arrancou sorrisos e lágrimas à plateia. Um fã, com a palavra “Casamento” escrita em letras garrafais no ecrã do telemóvel, gritava com insistência. C4 Pedro reparou, chamou-o ao palco e, sem hesitar, deu-lhe espaço para transformar a noite num capítulo inesquecível. O jovem ajoelhou-se e fez o pedido à sua namorada de oito anos, ali, diante de uma multidão e no concerto do artista favorito dela. A emoção foi palpável e o Coliseu explodiu em aplausos.

Dando seguimento ao show, Master Jake juntou-se para cantar o seu hino "Jajão" e "Teu Fã". C4 mostrou o carinho e admiração que tem pelo Master, tendo sido ele uma das maiores motivações no início da carreira do King Ckwa, mesmo antes de viver em Angola.  


E quando menos se esperava, Pérola entrou em palco e brilhou em "Melhor Não Duvidar". Já "Bo Tem Mel", "Quem Será", "Vou Ter Saudades" e "Tu És a Mulher" proporcionaram um momento de entrega emocional e de partilha, enquanto "Spetxa One" e o mashup de "Baixou" e "African Beauty" incendiaram a sala com uma energia contagiante e fez com que todos tirassem o pé do chão.




C4 Pedro fotografado por @eyeeconic para a BANTUMEN



Perto do fim do espetáculo, quando já parecia que nada mais podia surpreender, foi C4 Pedro quem acabou surpreendido. Emocionado, viu subir ao palco uma homenagem simbólica e carregada de significado: 13 discos de platina e ouro, entregues em reconhecimento pelos marcos alcançados ao longo dos seus 18 anos de carreira. Um momento de celebração e validação pública que arrancou aplausos de pé, mais uma prova de que o legado de King Ckwa está longe de ser esquecido.


"Vamos Ficar Por Aqui" marcou o encerramento oficial do alinhamento, seguido de um regresso ao refrão de "Sem Querer", num último abraço musical entre C4 Pedro e o público. No encore, “Pele Negra / Céu” fechou a noite com emoção à flor da pele, numa declaração de orgulho, resistência e amor às origens.


“Hoje não é só um concerto. É uma carta de amor à música e a todos os que sempre estiveram comigo”, afirmou o artista, visivelmente emocionado. E assim foi. Entre luzes, sons, emoções e memórias, Nostalgia foi, acima de tudo, uma retrospetiva, mas foi também, e talvez mais importante, uma reafirmação do lugar de C4 Pedro na música lusófona. De talento, de permanência e de que a história de C4 Pedro ainda agora começou um novo capítulo.


Atrevemo-nos a dizer que, entre os artistas angolanos - e até lusófonos, C4 Pedro mostrou com este "Nostalgia" que 18 anos não são 18 dias. Em palco, provou que sabe fazer as coisas com mestria: cantou, dançou, interagiu com o público e lembrou a todos por que razão carrega o título de King Ckwa.

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