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Arrancou, a 3 de junho, o processo oficial de divulgação da candidatura do antigo Campo de Concentração do Tarrafal a Património Mundial da UNESCO. Cabo Verde lidera a iniciativa que será apresentada em conjunto com Portugal, Angola e Guiné-Bissau, numa afirmação da memória coletiva ligada à repressão colonial e à luta por liberdade.
A proposta procura o reconhecimento internacional de um dos espaços mais simbólicos da história recente dos países lusófonos. “A candidatura será apresentada de forma conjunta […] num gesto de afirmação da memória histórica comum e de compromisso com a valorização do património ligado à resistência e à luta pela liberdade”, lê-se no comunicado do governo cabo-verdiano. A fase atual passa pela sensibilização de entidades públicas e parceiros estratégicos, com o objetivo de reforçar a mobilização institucional e comunitária em torno do processo.
O anúncio surge no seguimento das comemorações dos 50 anos da libertação dos presos políticos do Tarrafal, assinaladas em 2023 com a presença dos chefes de Estado de Cabo Verde, Guiné-Bissau e Portugal. Angola esteve representada pelo ministro da Defesa.
O campo, criado em 1936 pelo regime do Estado Novo português, recebeu os primeiros 152 presos políticos ainda nesse ano. Entre 1936 e 1956 funcionou como prisão para opositores do regime em Portugal. Reabriu em 1962 sob o nome de “Campo de Trabalho de Chão Bom”, desta vez para encarcerar militantes anticolonialistas dos movimentos de libertação de Angola, Guiné-Bissau e Cabo Verde. No total, mais de 500 pessoas passaram por aquele que ficou conhecido como o “campo da morte lenta”. Uma lápide no interior do espaço homenageia os 36 mortos ali registados: 32 portugueses, dois guineenses e dois angolanos.
Encerrado definitivamente em 1974, o espaço foi convertido num centro de instrução militar e, desde 2000, acolhe o Museu da Resistência. Em 2004, foi classificado como Património Cultural Nacional de Cabo Verde e integra atualmente a lista indicativa do país a Património Mundial da UNESCO.
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