Depois da "Dinastia", Chong Kwong apresenta-nos a “Musa”

Depois de nos ter mostrado Dinastia, o seu primeiro álbum de originais lançado em abril deste ano, Chong Kwong lança agora "Musa", um hino de identidade, poder e mistura cultural.

Segundo a artista, o novo single é "o capítulo que falta nos livros de história”. A canção surge como um manifesto direto sobre a experiência que a própria enfrenta ao ser uma mulher afro-europeia, com raízes africanas, asiáticas e das ilhas, que agora passa para a frente da fila, assumindo o protagonismo que nunca lhe foi concedido.

Com "Musa", Kwong propõe uma leitura contemporânea do que significa ser esta mulher nos tempos atuais. Apesar do ritmo afropop, a artista mantém a mestria a que nos habituou, abordando temas como miscigenação, colorismo e apropriação cultural com versos melódicos mas incisivos.

Através desta faixa, a artista reforça a identidade mestiça globalizada, fruto de várias culturas misturadas numa só pessoa. Como explica, “somos de vários sítios e também somos de cá, somos a princesa que a Disney não viu” , ao que acrescenta que o objetivo do single passa também por inspirar meninas e mulheres a olharem-se ao espelho e sentir orgulho na própria pele, reforçando a mensagem de que ser português vai além da cor da pele, textura do cabelo, sotaque ou fenótipo.

Palavras como “Maubere” e “Crioula”, que já foram insultos coloniais, transformam-se hoje em bandeiras de afirmação, resistência e orgulho. Musa surge desse gesto de transformação: o que foi fraqueza torna-se força.

Visualmente, Chong Kwong entra numa nova fase criativa com a sua produtora Blasian Drip, explorando storytelling artístico em formato de short-content, comunicando de forma mais próxima com o público e a comunidade.