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Ministério Público pede absolvição de agentes da PSP no caso de agressão a Cláudia Simões

24 de Maio de 2024
Ministério Público pede absolvição de agentes da PSP no caso de agressão a Cláudia Simões

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No julgamento que ocorre no tribunal de Sintra, a procuradora pediu a absolvição dos agentes da PSP envolvidos no caso de agressão a Cláudia Simões, ocorrido em janeiro de 2020, na Amadora (Portugal). Segundo o Ministério Público, os três agentes – Carlos Canha, João Gouveia e Fernando Rodrigues – deveriam ser absolvidos, enquanto o comportamento de Cláudia Simões foi censurado, sendo apontada a sua desobediência e alegada arrogância em tribunal.

Os factos remontam a 19 de janeiro de 2020, quando Cláudia Simões, cozinheira de profissão, se envolveu numa discussão com o motorista do autocarro, pelo facto de a filha, à data, com 8 anos, se ter esquecido do passe. Chegados ao destino, o motorista decidiu chamar a polícia. Após alguns momentos de tensão, o agente Carlos Canha decidiu imobilizar violentamente Cláudia Simões, junto à paragem do autocarro.

Neste processo, o agente Carlos Canha está acusado de três crimes de ofensa à integridade física qualificada, três de sequestro agravado, um de injúria agravada e um de abuso de poder, enquanto os agentes João Gouveia e Fernando Rodrigues respondem por um crime de abuso de poder, por não terem atuado para impedir as alegadas agressões do colega Carlos Canha à vítima.

Todos estes crimes foram esta quarta-feira afastados pela procuradora do MP, que, no entanto, terá deixado em aberto a possibilidade de Carlos Canha vir a ser sancionado pelo tribunal de julgamento por alegadas ofensas corporais, não relativamente a Cláudia Simões, mas a dois outros ofendidos (Ricardo Botelho e Domingues Sequeira) que se tinham deslocado à esquadra na qualidade de testemunhas do desacato verificado no autocarro.

Quanto a Cláudia Simões, que alegadamente terá mordido as mãos do agente da PSP Carlos Canha quando este a imobilizou no chão, a posição do MP foi vaga, pelo que no final da sessão alguns dos advogados do processo não souberam precisar qual tinha sido a real posição da procurada face ao crime de ofensa à integridade física que está imputado a Cláudia Simões.

Cláudia Simões foi agredida junto à paragem do autocarro e junto à esquadra e teve de ser transportada para o Hospital Amadora-Sintra, pelos Bombeiros Voluntários da Amadora. Segundo reiteraram esta quarta-feira os seus advogados de defesa, foi diagnosticada com um traumatismo crânio-encefálico com ferida, apresentando ainda hematomas no rosto e outras partes do corpo.

Os advogados da assistente/queixosa defenderam esta quarta-feira nas alegações finais a condenação integral dos três agentes da PSP pelos crimes de que estão acusados, exigindo indemnizações cíveis por danos patrimoniais e também por danos morais, na ordem dos 200 mil euros.

Face à demora das alegações, o coletivo de juízes, que pretendia terminar esta quarta-feira de manhã o julgamento, teve de agendar a continuação das alegações para 19 de junho.

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