“Contos do Esquecimento”, o documentário que recupera as memórias silenciadas do tráfico de pessoas escravizadas em Portugal

6 de Junho de 2025
contos esquecimento estreia portugal

Partilhar

O documentário Contos do Esquecimento, da realizadora Dulce Fernandes, chega às salas de cinema portuguesas no próximo dia 3 de julho. A obra propõe uma reflexão sobre o papel de Portugal no tráfico transatlântico de pessoas escravizadas, evocando a memória coletiva e os silêncios históricos que ainda persistem em torno desse passado.

O ponto de partida do filme é a descoberta, em 2009, de 158 esqueletos de pessoas africanas escravizadas numa antiga lixeira urbana do século XV em Lagos, no Algarve, durante as obras de construção de um parque de estacionamento. A partir desse gancho arqueológico, Contos do Esquecimento constrói-se com imagens de arquivo, registos contemporâneos e uma paisagem sonora envolvente, desafiando o público a confrontar as violências coloniais e a ausência destas narrativas na história oficial.

“Nasci em Angola em 1973, na altura um território sob o domínio colonial português. Filha de colonos portugueses numa terra ocupada e explorada durante séculos, sinto-me profundamente marcada pela experiência do colonialismo. Como cineasta, interessa-me investigar o passado colonial da Europa (de Portugal, em particular), as construções da memória coletiva e os vestígios desse passado no presente", afirma Dulce Fernandes.

Com percurso no circuito internacional, o filme foi exibido em festivais como o IDFA – Festival Internacional de Documentário de Amesterdão, o Bergamo Film Meeting (Itália), o Crossing Europe Film Festival, em Linz (Áustria), o Ethnocineca International Documentary Film Festival Vienna (Áustria), e o Festival Internacional de Cinema de Mumbai (Índia). Em Portugal, teve estreia no IndieLisboa 2024, onde recebeu uma Menção Especial do Júri Árvore da Vida.

Nas salas de cinema, Contos do Esquecimento será antecedido pela curta-metragem Time to Change, da realizadora e argumentista angolana Pocas Pascoal. Com seis minutos de duração, o filme propõe uma leitura crítica sobre o colonialismo, o capitalismo e os seus impactos na biodiversidade global. A obra estreou-se em Portugal no festival Curtas Vila do Conde, em 2024, e foi selecionada para o RIDM – Festival Internacional de Documentário de Montreal (2024) e para o Festival de Clermont-Ferrand (2025), entre outros.

Antes da estreia oficial, está agendado um visionamento exclusivo para a imprensa no dia 20 de junho, às 10h30, no Instituto do Cinema e do Audiovisual (ICA), em Lisboa.

Relembramos-te que podes ouvir os nossos podcasts através da Apple Podcasts e Spotify e as entrevistas vídeo estão disponíveis no nosso canal de YouTube.

Para sugerir correções ou assuntos que gostarias de ler, ver ou ouvir na BANTUMEN, envia-nos um email para redacao@bantumen.com.

bantumen.com desenvolvido por Bondhabits. Agência de marketing digital e desenvolvimento de websites e desenvolvimento de apps mobile