“Mulheres em Ação”, o novo capítulo de Eliana Silva sobre coragem, negócios e identidade

20 de Junho de 2025

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Eliana Silva acredita que contar histórias é mais do que narrar factos, é uma forma de criar património. No seu novo livro, "Mulheres em Ação", a especialista em comunicação traz luz sobre 19 mulheres empreendedoras, cujas jornadas de coragem, criatividade e transformação ganham agora lugar no papel. Mais do que perfis, são testemunhos íntimos de quem ousa fazer diferente num contexto desafiante. E, como em tudo o que escreve, Eliana parte de um lugar pessoal: “Os meus livros são dores muito pessoais”, admite.

Especialista em comunicação com uma carreira de mais de 15 anos a trabalhar em jornalismo, relações públicas e publicidade, Eliana nasceu no sul de Portugal, de mãe angolana e pai português.  “Nasci no dia mais aborrecido do ano”, disse entre risos - uma constante no seu ser e estar -, referindo-se ao dia 14 de Fevereiro.


A sua experiência profissional é focada, nos dias de hoje, em produção de conteúdos, publicidade, ativação de marcas e comunicação estratégica. Eliana iniciou a sua carreira na indústria de media portuguesa, na Revista Máxima em 2009, e depois migrou para o universo das relações públicas. Ao longo dos anos, Silva manteve um interesse constante por storytelling,  desenvolvendo as suas competências ao trabalhar com vídeo, escrita e fotografia. Residente em Moçambique desde 2014, licenciou-se em Jornalismo em Lisboa, onde também concluiu uma pós-graduação em Marketing Digital. Frequentou cursos em Londres, São Paulo e na Cidade do Cabo.  “Sou uma cidadã do mundo”, afirma.


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“Mulheres em Ação são 19 histórias reais e emotivas, de mulheres que andam a tentar fazer a diferença”

Eliana Silva

A passagem do jornalismo à literatura foi natural e está diretamente relacionada com a vontade de contar histórias. Eliana recorda que, durante muito tempo, sentiu que poucos acreditavam na sua capacidade de escrever. Começou por nutrir um gosto especial por jornais desportivos o que, segundo diz, explica a sua paixão pelo Benfica, e com o tempo, esse hábito evoluiu para o desejo de narrar as suas próprias experiências. Contar as histórias dos outros, enquanto jornalista, despertou nela a necessidade de dar voz às narrativas que habitavam o seu imaginário.


Em 2020, lançou o seu primeiro livro, Bina - A Descobridora do Índico, publicado pela Porto Editora. A obra surgiu de um trabalho jornalístico sobre albinismo e representa uma versão própria: “é um livro infantil, uma espécie de ‘alter ego’. Sou eu a pessoa que viaja e que tem descoberto o mundo e este trabalho que também foi interessante que fiz em 2012, então basicamente a ‘Bina’ é um trocadilho entre ‘bina’ de bicicleta e Albertina, que é o nome desta menina moçambicana que nasce na Ilha, que é um sítio icónico e histórico em Moçambique”. O livro conta a história de uma menina que anda pelo mundo de bicicleta, gosto comum entre a personagem e a comunicadora, e encontra dificuldades em cada lugar que passa.


Já o seu segundo livro, “nasce, mais uma vez, de uma forma curiosa e é o mais recente, intitulado Mulheres em Ação, contando a história de mulheres que empreendem e transformam Moçambique. São 19 histórias “reais e emotivas, de mulheres que andam a tentar fazer a diferença com os seus negócios e que partilham a sua história de forma muito íntima”, alusivas ao Dia do Empreendedorismo Feminino. A escritora, que está a trabalhar na sua terceira obra, revela que todos os seus livros partem de uma base pessoal. “Os meus livros são dores muito pessoais. Eu não tenho esse afastamento para conseguir escrever algo que não seja relacionado com a minha experiência e vivências, ainda não tenho essa frieza ou maturidade - nem sei se algum dia terei, honestamente”.

Eliana Silva entrevista

Fotografia de Eddie Pipocas/BANTUMEN

Paralelamente à publicação dos livros, criou, em 2023, o portal Marcas por Escrever, uma plataforma dedicada ao marketing, empreendedorismo e responsabilidade social nos países falantes de língua portuguesa, atualmente integrado na BANTUMEN.


A integração do projeto na BANTUMEN surgiu de forma orgânica e partiu de um olhar atento sobre o mercado lusófono e das suas próprias inquietações enquanto leitora e profissional da comunicação. Reconhece que o Marcas foi sempre algo que desejou concretizar, mesmo que, em certos momentos, não consiga dedicar-se ao projeto como gostaria. “Se calhar o Marcas é aquele projeto que eu tenho dado menos atenção, mas é uma coisa que eu queria muito. Foi uma estação muito grande e nasce novamente do olhar que eu consumia enquanto pessoa que gosta de ler e também meio nerd - que eu sou um bocadinho ainda. Deste meu lado de ler muito e gostar de estudar, olhar para o mercado lusófono e não encontrar respostas para aquilo que eu queria ver e me inspirar e fez todo o sentido anexar o Marcas, enquanto agregador de conteúdos nas áreas de marketing, comunicação, responsabilidade social e empreendedorismo no universo da BANTUMEN que fala sobre uma diversidade de assuntos”. 


A sua trajetória profissional é marcada por uma consciência clara sobre visibilidade e representatividade, temas que, durante muito tempo, foram pouco discutidos. E nesse contexto, Eliana sublinha a importância de contrariar as expectativas impostas a pessoas como ela. “Pertenço a uma geração de pessoas nascidas no final da década de 80 e que cresceram nos anos 90, muitas vezes em contextos que não éramos a maioria. Nunca se esperou muito de pessoas como eu - mulher, negra e a viver fora da Grande Lisboa. Talvez por isso, sempre senti a necessidade de ir contra a corrente”.


Acredita que há duas coisas importantes quando se faz o que quer que seja: coragem e impacto concreto. “Que as coisas estejam bonitas, embora eu não seja nada perfeccionista, considero que é melhor feito do que perfeito, mas que gerem riqueza”. 


A ideia de gerar riqueza, seja ela simbólica, social ou económica, está presente em tudo o que faz. É também esse o desejo que projeta nas mulheres retratadas no seu livro Mulheres em Ação: que muitas delas, e tantas outras, possam vir a conquistar património, visibilidade e que as suas histórias sejam contadas de forma envolvente e cativante - como as que ela própria procura narrar.

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