Best of Arts 2025, estas foram as exposições e curadorias do ano em Portugal

15 de Dezembro de 2025
exposiçoes e curadorias do ano 2025
Exposição "Torcer, amarrar e prender", da artista Sónia Gomes | DR

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Pela quarta vez consecutiva, apresentamos o melhor da arte e exposições de artistas racializadas/os em Portugal, este ano com uma curadoria assinada por Melissa Rodrigues (Artista Visual, Curadora e Programadora Artística), James Oscar Jr. (Escritor, Crítico de Arte e Curador) e Ekua Yankah (Presidente do Conselho Consultivo da ANO Ghana e Organizadora de Arte), que reuniram aquelas que consideram ter sido as exposições e práticas curatoriais mais relevantes de artistas africanos e afrodescendentes. A seleção resulta de um acompanhamento continuado da programação artística nacional e incide sobre exposições e programas curatoriais realizados no país ao longo do ano, com particular atenção a projetos desenvolvidos em espaços independentes e a práticas curatoriais coletivas.

Tal como em edições anteriores, foi assumida a opção de dar visibilidade a iniciativas menos institucionalizadas e a contextos geográficos diversos, da Área Metropolitana de Lisboa ao Algarve, Alentejo e Açores. Pela primeira vez, a lista integra ainda uma categoria autónoma dedicada à curadoria, reconhecendo o trabalho de equipas e coletivos que marcaram o ano no campo das artes visuais.

Entre os destaques expositivos surge “A mão sempre presente”, do artista multidisciplinar norte-americano Theaster Gates, apresentada na Albuquerque Foundation, em Sintra. Concebida como uma intervenção site-specific, a exposição integrou também um concerto e é apontada pelos curadores como um dos projetos mais consistentes do ano, pela forma como articula prática artística, espaço e envolvimento comunitário.

A lista sublinha igualmente “Coro em rememória de um voo”, projeto de Julian Knxx apresentado no CAM Gulbenkian, com especial atenção ao seu programa público, desenvolvido ao longo de três meses e meio. A curadoria de Jesualdo Lopes, Paulo Pascoal, Rafael de Oliveira e Selma Umausse é destacada pela densidade do trabalho programático e pela capacidade de prolongar a exposição no tempo através de diferentes formatos de ativação.

Integrado nesse programa, surge também “Síncopes”, série de ficção sonora inspirada em mulheres negras que viveram em Lisboa no início do século XX, com contributos de Cristina Roldão, XEXA e Zia Soares, apontada como exemplo de cruzamento entre investigação histórica, criação artística e experimentação sonora.

Entre os projetos individuais, a lista destaca “A Escola utópica de Oeiras”, de Francisco Vidal, exposição apresentada no Palácio dos Anjos, em Algés, reconhecendo uma prática que combina arte, tecnologia e pensamento crítico. Durante a semana da ARCO, são ainda assinaladas “Torcer, amarrar e prender”, a primeira exposição individual em Portugal da escultora afro-brasileira Sonia Gomes, apresentada na Kunsthalle Lisbon, bem como “Body Language”, da artista afro-americana Steffani Jamison, exibida na Galleria Madragoa.

Fora do eixo lisboeta, a seleção inclui “Guédon’s Vision”, do músico e artista martinicano Henri Guédon, apresentada na Sala Simba, em Olhão, acompanhada por um programa de música e spoken word. No mesmo sentido de descentralização, surge “Kabelu na Kordon”, da artista cabo-verdiana Jacira da Conceição, com curadoria de Antonia Gaeta, apresentada na Galeria Municipal de Montemor-o-Novo, no Alentejo.

A lista integra ainda “Heavy Is the Head”, do artista nigeriano Sanjo Lawal, apresentada no espaço This Is Not a White Cube, em Lisboa, destacada pelo impacto visual e pela forma como dialoga com questões de identidade e representação.

No campo dos projetos coletivos, os curadores salientam a Bienal de Artes Walk & Talk, nos Açores, pela abordagem curatorial e pela presença de artistas internacionais de ascendência africana, incluindo a co-curadoria de Fátima Bintu Rassoul Sy, da Raw Academy, no Senegal, bem como contributos de profissionais de áreas como a arquitetura e a investigação artística.

Pela primeira vez, a seleção dedica uma categoria específica ao trabalho curatorial. Nesse contexto, é reconhecido o percurso de Nael d’Almeida, membro fundador do coletivo Fonte, responsável pela curadoria de dois projetos destacados ao longo do ano: o lançamento do livro da artista Moreiya, em junho, e a exposição “Alto Ar”, de Henrique J. Paris, apresentada em novembro na Associação Artepolon, no Vale da Amoreira, Barreiro.

No conjunto, a seleção funciona como um retrato curatorial das práticas artísticas e programáticas que, a partir de diferentes escalas e geografias, contribuíram para diversificar o panorama das artes visuais em Portugal ao longo de 2025.

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