Mulheres e jovens a plantar futuro no setor agroalimentar da Guiné-Bissau

18 de Agosto de 2025
formação agroindustria guine bissau
Unsplash |@story_from_slowman

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Um programa de capacitação que aposta no empreendedorismo juvenil e feminino está a ganhar relevância no setor agroalimentar da Guiné-Bissau. Coordenada por André Lopes da Veiga Nanque, a iniciativa procura dotar jovens e mulheres de competências técnicas e de gestão, promovendo a criação de pequenos negócios sustentáveis capazes de impulsionar o crescimento económico e social do país.

Depois da primeira fase, que decorreu entre os dias 14 de abril e 7 de maio, a segunda etapa da formação encerrou a 1 de agosto de 2025, no Centro de Promoção Agroindustrial de Brá, em Bissau, no âmbito do Projeto de Empreendedorismo de Pequenas e Médias Empresas (PME) – Compacto Lusófono I. Este centro, recorda Nanque, foi criado em 2005 pelo FUNDEI – Fundação para o Desenvolvimento Empresarial e Industrial, uma entidade privada de utilidade pública dedicada à formação, assistência técnica a PME e apoio à investigação. Desde então, mais de 1.000 mulheres e jovens, já receberam capacitação na transformação de frutas e legumes.

“O resultado é visível no mercado: hoje existem mais de 20 empresas processadoras de produtos locais, com qualidade competitiva frente aos importados. Destaco o processamento de castanha de caju, com quatro unidades que já exportam amêndoas”, destacou. Apesar dos avanços, o coordenador apontou desafios como a falta de legislação específica para incentivar o processamento local, a necessidade de planos diretores claros e de linhas de crédito para aquisição de equipamentos e expansão das unidades produtivas. “É essencial que estas empresas tenham condições para crescer, atender mercados internos e externos e gerar mais empregos”, sublinhou.

O programa combina formação prática e teórica, abordando técnicas de processamento, comercialização e acesso a mercados. Pequenos financiamentos iniciais permitem que os formandos iniciem as suas atividades, promovendo emprego, aumento de rendimentos e autonomia financeira.

Para André, vender apenas matéria-prima não é caminho para o desenvolvimento. “Industrializar é acrescentar valor ao produto, criar emprego e gerar receita para o país. Os formandos estão a produzir alimentos praticamente naturais, sem químicos, e a transformar produtos que antes eram desperdiçados em bens de valor económico. Estamos a contribuir para a saúde alimentar, autonomia financeira e desenvolvimento sustentável da Guiné-Bissau.”

Financiado pelo Governo da Guiné-Bissau e pelo Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), o projeto prevê, nos próximos cinco anos, a continuidade da formação na transformação de produtos locais e a aposta na capacitação técnica de novos empreendedores, com o objetivo de consolidar empresas sólidas e competitivas no setor agroindustrial.

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