Isabel Novella afina o terceiro álbum com ritmos de Moçambique e sonoridades globais

Isabel Novella revelou que o seu terceiro álbum está quase pronto: “Estamos aqui a afinar tudo para ver se em setembro conseguimos lançar.” A cantora e compositora moçambicana, que tem trabalhado de perto com o irmão produtor - ele na Dinamarca, ela em Portugal - conta que tem viajado entre Copenhaga e Lisboa para finalizar cada detalhe. “O que eu agora quero mesmo é estar presente em todos os processos”, explica, sublinhando que foi este desejo que a levou a estudar produção musical e engenharia de som.

Nascida em Maputo, Isabel cresceu num ambiente musical, onde a mãe, pai e irmãos mais velhos tocavam e cantavam. Com apenas dez anos compôs a sua primeira canção e, aos catorze, integrava já os backing vocals de grupos em Moçambique, África do Sul e Países Baixos. Desde 2005 apresenta-se com a banda familiar Neco Novellas em mais de 50 festivais europeus, incluindo Dunya, Oreol, Roots, Mundial e North Sea Jazz Festival. A sua obra mescla soul, pop, jazz e world music, com letras em português, inglês, chope e changana. Em 2012 lançou o EP de estreia e, em 2013, o álbum homónimo, ambos pela Native Rhythms/Sony Music; em 2020, Metamorfose foi indicado ao South African Music Awards na categoria de Melhor Artista Africano.

Depois de passagens pela Holanda, Moçambique e África do Sul, Isabel escolheu Portugal para “estar posicionada na Europa”, facilitando logísticas de tournées, colaborações e divulgação. Mas os primeiros anos em Lisboa foram dedicados quase exclusivamente ao estudo: “Tive que fazer uma espécie de pausa na música para tratar documentação, ambientar-me num outro país, perceber a cultura e depois estudar.” Hoje já grava com “consciência clara do resultado que quero” e consegue “chegar lá” porque adquiriu conhecimento técnico, algo que, garante, evita ficar “cómoda” e impõe evolução constante.

Isabel define o seu novo álbum como “um trabalho diferente de tudo aquilo a que as pessoas estão habituadas”, fruto de um estudo profundo dos ritmos de Moçambique, que não se limita à música tradicional, mas se funde com jazz, música brasileira e outros universos sonoros. “Criei algo que me identifica como moçambicana, mas sem deixar de ser global.” Entre as novidades, promete singles que revelem esta maturidade e mensagens que refletem a sua experiência de vida.

De Maputo a Portugal, passando por palcos europeus, Isabel Novella deixa claro que continua a aprender: “O saber não ocupa lugar e há sempre espaço para melhorar e aprender a fazer melhor.” Em setembro, prepara-se para partilhar este novo capítulo da sua música de bolso, canções para ouvir “sempre, sempre, sempre”.