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De 21 de junho a 6 de julho, a Fundação Calouste Gulbenkian volta a transformar o seu jardim num espaço vivo de criação, escuta e encontro. A nova edição do Jardim de Verão, com entrada gratuita, convida artistas, pensadores e públicos a cruzar fronteiras geográficas e disciplinares, com uma programação que, entre outras coisas, dá palco a práticas artísticas oriundas de contextos africanos e diaspóricos, com especial destaque para os artistas negros que têm moldado o presente e o futuro da cultura em Portugal.
A curadoria musical é, mais uma vez, assinada por Dino D’Santiago, cuja visão tem sido determinante para recentrar as vozes afrodescendentes no panorama cultural nacional. O cartaz conta com nomes como Karyna Gomes, cantora guineense que cruza afro jazz com sonoridades tradicionais, Nara Couto, artista brasileira que resgata a ancestralidade afro-baiana no seu trabalho musical, Indie Mateta, jovem promessa angolana que afirma uma estética própria entre a tradição e a modernidade, e Momi Maiga, senegalês virtuoso da kora com uma linguagem musical que atravessa o jazz, o flamenco e a música mandinga. Também em destaque, os históricos Ferro Gaita, grupo cabo-verdiano que revolucionou a música popular ao internacionalizar ritmos como o funaná e a tabanka.
A DJ Umafricana assume o set durante os três fins-de-semana. Nascida e criada em Portugal, Sandra Baldé cresceu com os sons de R&B, pop, dancehall, zouk e coupé-cécalé, que marcam a sua identidade artística. Depois de se estrear como DJ na Beyoncé Fest, passou por alguns dos festivais mais emblemáticos do país, incluindo o NOS Alive, o Festival Iminente, o MIL e mais recentemente, o Festival Coala.
Para além da música, o Jardim de Verão expande-se ao cinema, à dança e à palavra. O ciclo de cinema, com curadoria de Many Takes, Alexandra Matos e Luís Almeida, propõe uma reflexão sobre processos de deslocamento, reconstrução e reconfiguração de identidades. Entre os filmes em exibição, destaca-se Hanami, da realizadora Denise Fernandes, uma obra que parte da experiência migrante afrodescendente para explorar afetos, perdas e rituais de despedida, num gesto cinematográfico poético e político.
As conversas, um dos pilares do festival, são conduzidas por Cláudia Semedo e juntam artistas e pensadores em torno de temas como identidade, pertença, criação e representação. Em dois dos painéis programados, sobressaem as presenças de Jimmy P e Eva Rap Diva, vozes incontornáveis da música lusófona, que trazem para a conversa a experiência de quem tem usado a arte como ferramenta de transformação, afirmação e diálogo. Esta edição conta ainda com uma nova dimensão dedicada à dança, com curadoria da coreógrafa Piny, que apresenta um programa focado na memória do corpo e nas múltiplas linguagens do movimento, com especial atenção a práticas performativas negras e interseccionais.
Com atividades pensadas para diferentes idades, propostas intergeracionais, conferências-concerto e acesso gratuito às exposições da Fundação a partir das 14h durante os dias de festival, o Jardim de Verão torna-se um lugar de atravessamento entre comunidades, histórias, e formas de estar e criar.
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