Na Guiné-Bissau, Jeremias Fernandes quer transformar jovens em guardiões digitais

25 de Agosto de 2025
Jeremias Fernandes Guiné-Bissau

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A era digital trouxe novas oportunidades para a juventude guineense, mas também desafios sérios que exigem atenção urgente. Foi neste contexto que nasceu a ONG Jovens Embaixadores da Segurança Digital na Guiné-Bissau (JESD-GB), uma iniciativa educativa e comunitária sem fins lucrativos, criada por Jeremias Nicolau Fernandes, um jovem profissional da Informática que tem como missão promover a segurança digital, a proteção de dados e o uso responsável da Internet entre jovens, crianças, pais e educadores.

A organização surge para dar resposta ao impacto crescente da Internet e das redes sociais no país que, embora tenham democratizado o acesso à informação e ao conhecimento, também abriram portas a riscos como cyberbullying, fraudes online, discurso de ódio e desinformação, como fake news.

Em entrevista à BANTUMEN, o representante e criador da JESD-GB destacou que os jovens guineenses estão cada vez mais expostos a situações que podem comprometer não só a sua segurança digital, mas também a sua saúde mental e o seu futuro. "Os jovens guineenses, à medida que abraçam as oportunidades do mundo digital, infelizmente ficam expostos a uma série de riscos”, alertou Jeremias.

Entre os principais problemas identificados pela organização, destacam-se a desinformação e fake news, cyberbullying e assédio online, exposição a conteúdos inadequados, violação de privacidade, fraudes e golpes financeiros e a falta de literacia digital crítica.

Para responder a estes desafios, a JESD-GB estruturou a sua ação em três pilares fundamentais: educação, prevenção e empoderamento, e reforça ainda que não pretende lutar contra a tecnologia, mas sim capacitar os jovens a usá-la de forma crítica e responsável.

“A nossa missão não é lutar contra a tecnologia, mas capacitar os jovens guineenses para que naveguem no mundo digital com confiança, espírito crítico e segurança, transformando-os de vítimas potenciais em embaixadores de uma Internet positiva e produtiva para a Guiné-Bissau”, afirmou o representante.

A organização tem também a missão de impulsionar a formação de jovens líderes capazes de se tornarem multiplicadores de conhecimento nas suas comunidades. Apesar de ainda ser uma organização jovem, a JESD-GB pretende afirmar-se como um ator central na construção de um ambiente digital mais seguro e inclusivo no país. O representante da ONG destacou que o futuro da cibersegurança na Guiné-Bissau depende de uma cooperação multissetorial. “Acreditamos que os desafios da cibersegurança e da inclusão digital são complexos demais para serem resolvidos por um único setor. A abordagem precisa ser multissetorial. A nossa missão é posicionar-nos como uma ponte fundamental e um facilitador de confiança entre o setor público, o privado e a sociedade civil”, explicou.

Outro ponto de destaque na atuação da JESD-GB é a promoção da igualdade de género no acesso às tecnologias. A ONG pretende que meninas e raparigas tenham as mesmas oportunidades que os rapazes no uso seguro e criativo da Internet, combatendo barreiras culturais e sociais que ainda limitam o seu acesso digital. Além disso, a organização quer contribuir para a criação de políticas públicas juvenis em segurança digital, defendendo que o governo deve olhar para este tema como um investimento estratégico no futuro do país.

Com pouco tempo de existência, a JESD-GB já se apresenta como uma voz ativa no debate sobre segurança digital na Guiné-Bissau. O seu trabalho de consciencialização, formação e advocacy promete não apenas reduzir riscos, mas também transformar a relação da juventude guineense com o mundo digital. “Queremos transformar os jovens guineenses em embaixadores de uma Internet mais segura, crítica e produtiva. O futuro digital do nosso país depende disso”, concluiu o representante.


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