King Bigs junta-se a Kroa em novo single “O Rap é Nosso”

Depois do “apagão”, vem o terramoto. Os rappers King Bigs e Kroa uniram forças para lançar “O Rap é Nosso”, um single que chega em forma de manifesto e aviso: “O rap é nosso, nunca foi vosso”.

Diretamente do Monte da Caparica para Vialonga, a dupla assina um tema carregado de orgulho de classe e de território. Com batidas cruas e versos afiados, os dois MCs reclamam o seu espaço e disparam em todas as direções para lembrar quem pavimentou o caminho da cultura de rua em Portugal. A música é lançada como antecipação ao primeiro álbum de estúdio de King Bigs.

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King Bigs, nascido em 1988 na Charneca da Caparica, é hoje uma das vozes mais autênticas do rap feito nas margens. Com um percurso discreto, mas sólido, conquistou o respeito da cena sem depender de filtros nem de fama repentina. Cresceu entre Portugal e Londres, onde conheceu Mota Jr, artista com quem partilhou histórias, sonhos e a primeira incursão no rap, com o single “Como é que Tamos?!” lançado em 2019.

Desde então, o artista tem pisado palcos por todo o país e também fora de portas, nomeadamente em Espanha, sempre fiel às suas origens e às vivências da diáspora. Os seus últimos lançamentos, há cerca de um ano, incluem músicas como “Gangstanismo” e “Para Tu Seres de Onde Eu Sou” e acumulam mais de um milhão de visualizações. Além da música, o rapper é também fundador do coletivo Trabajo o Abajo Gang / Monte Kapta, uma crew que carrega um código de resistência, unidade e comunidade. 

Já Kroa, outro nome conhecido do panorama da música urbana lusófona e membro dos Wet Bed Gang, é filho da Vialonga, a ceracd e 20 quilómetros de Lisboa. Apesar de a margem sul ser foco e um dos berços do hip hop nacional, a Vialonga é uma espécie de viveiro, de onde nasceram nomes como Phoenix RDC, Pizzy, Nenny, Giovanni, Ali Badd e os próprios Wet Bed Gang, entre outros. “Vialonga, a nível de rap, é um bairro culto. Eu próprio, com 16 anos, cresci a ouvir rappers já muito bons, que não tinham a visibilidade que mereciam mas que eram muito bons. E sendo eu um dos mais velhos da nova escola aqui, praticamente, torna-se inadmissível aparecerem rappers medianos. O mediano é o podre aqui na zona. Portanto, isso torna o bairro um expoente de skills“, disse-nos Kroa numa entrevista em 2021.