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O Hangar – Centro de Investigação Artística inaugura a 25 de julho A Riparian Lore, exposição do artista nigeriano Leo Asemota que assinala a terceira fase do Ens Project, uma investigação artística de longa duração que aborda temáticas como identidade, colonialismo e memória. A mostra poderá ser visitada até 6 de setembro, com entrada livre.
Depois de ter passado por instituições como a Tate Modern e o British Museum, em Londres, a Bienal de Sharjah, o Pitt Rivers Museum, em Oxford, e a Haus der Kulturen der Welt, em Berlim, este novo capítulo do projeto chega a Lisboa, num gesto de devolução simbólica da narrativa ao espaço português. Asemota recorre à tradição oral e a fontes históricas escritas para refletir sobre as relações complexas entre o Reino do Benim e Portugal, evocando o encontro estabelecido no século XVI durante os reinados de Oba Esigie e D. Manuel I.
A exposição abre com um conjunto de obras em papel velino, apresentadas em molduras e caixas de madeira de Sapele, evocando práticas artesanais e simbologias ancestrais. Este núcleo serve de base à instalação artística ao vivo A Manobra do Navegador, na qual o artista convoca a figura de João Afonso de Aveiro como avatar de um cruzamento performativo entre narrativas e geografias.
No cerne da obra de Asemota está uma abordagem crítica e interdisciplinar que articula fontes históricas, tradição cerimonial e pensamento filosófico. O artista retoma, por exemplo, os conceitos de Walter Benjamin no ensaio A Obra de Arte na Era da Sua Reprodutibilidade Técnica para refletir sobre o lugar da arte na reconstrução da memória e da história. A investigação recupera ainda os episódios de pilhagem durante o império britânico vitoriano, resgatando a complexidade das trocas culturais e dos processos de violência colonial.
Natural do Estado de Edo, na Nigéria, Leo Asemota vive e trabalha entre Londres e a Cidade de Benim. O seu trabalho tem sido reconhecido pela forma como constrói pontes entre culturas, temporalidades e geografias, convocando reflexões sobre a persistência dos legados coloniais e a possibilidade de reimaginar os arquivos da história.
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