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Less Ezzy cresceu numa família religiosa, onde o gospel era a música predominante. Todos os irmãos partilhavam uma paixão pela música, especialmente por este género, o que acabou por, de forma subtil, incutir-lhe a ideia de que o seu destino seria seguir o mesmo caminho. No entanto, foi no Rap que encontrou a sua verdadeira vocação.
Na altura em que começou a cantar, o rapper angolano Dji Tafinha foi um dos seus primeiros ídolos. A tal ponto que Less passou a ser apelidado de "Tafinha" pelos amigos.
"Aprendi a escrever tarde. E, na altura, quando comecei a cantar, chamavam-me Tafinha, em homenagem ao DJ Tafinha, que era o meu artista favorito. Mas chegou um momento em que percebi que precisava de criar a minha própria cena. Não podia continuar com o nome do meu ídolo. O meu nome é Lúcio, e pensei que se encurtasse para L e C, ler-se-ia como 'Less'. Não sabia escrever muito bem, então ficou assim. Mais tarde, percebi que estava errado, mas o nome já tinha pegado. O 'Ezzy' veio quando me juntei ao grupo New Gang, em Luanda, em 2016. Todos no grupo tinham 'Ezzy' no final dos nomes, então pensei: 'Vou ser o Ezzy também'. E assim ficou Less Ezzy até hoje", contou-nos.
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Less Ezzy cresceu numa família religiosa, onde o gospel era a música predominante. Todos os seus irmãos partilhavam uma paixão pela música, especialmente por este género, o que acabou por, de forma subtil, incutir-lhe a ideia de que o seu destino seria seguir o mesmo caminho. No entanto, foi no Rap que encontrou a sua verdadeira vocação.
No início da sua jornada musical, Less era um admirador fervoroso de Dji Tafinha, a ponto de ser apelidado de "Tafinha" pelos amigos, apesar de o seu nome de nascimento ser Lúcio.
"Aprendi a escrever tarde. E, na altura, quando comecei a cantar, chamavam-me Tafinha, em homenagem ao DJ Tafinha, o meu artista favorito. Mas chegou um momento em que percebi que precisava de criar a minha própria identidade, entendes? Não podia continuar com o nome do meu ídolo. O meu nome é Lúcio, e pensei que se encurtasse para L e C, ler-se-ia como 'Less'. Não sabia escrever muito bem, então ficou assim. Mais tarde, percebi que estava errado, mas o nome já tinha pegado. O 'Ezzy' veio quando me juntei ao grupo New Gang, em Luanda, em 2016. Todos no grupo tinham 'Ezzy' no final dos nomes, então pensei: 'Vou ser o Ezzy também'. E assim ficou Less Ezzy até hoje", contou-nos.
A relação com a música começou em casa, mas o sonho de ser rapper nasceu nas ruas de Luanda, onde fazia freestyle. Na altura, um primo era produtor e frequentemente levava beats para casa, onde Less Ezzy praticava as suas rimas, até que, aos 14 anos, decidiu finalmente ir a estúdio gravar. Foi um processo longo, influenciado também pelo irmão que fazia Rap. Contudo, foi após a morte do seu melhor amigo, Elton, que Less percebeu que a sua missão na música era mais profunda do que inicialmente pensava.
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Passou a encarar a música como uma companheira e a dedicar-lhe um maior compromisso emocional. "Já me sugeriram várias vezes fazer música gospel, especialmente os meus tios, mas eu não consigo fazer algo só porque os outros querem. Se eu fizer, tem de ser porque sinto que é o que quero. Gosto de ir à igreja, sou batizado, mas não sinto que o meu chamamento seja o gospel. Tenho planos de fazer músicas para Deus, mas não necessariamente gospel", partilhou.
Em casa, os estudos sempre foram a prioridade, mas aos poucos, os pais de Less começaram a perceber que o sonho musical do filho era sério. "Com o tempo, perceberam que a música era o meu caminho. Já tentaram proibir-me de fazer música, mas eu nunca parei. Hoje em dia, eles apoiam-me e reconhecem os meus progressos", revela.
Fazer parte de vários grupos musicais ajudou-o a definir que tipo de artista queria ser. Além de ganhar experiência e independência, aprendeu a ouvir e a aceitar críticas construtivas, que o moldaram no artista que é hoje. Como artista independente, sabe que nem sempre é fácil fazer tudo sozinho, mas está preparado para lidar com os desafios. Não tem pressa de alcançar os seus objetivos e valoriza a resiliência, mantendo-se próximo do seu círculo de apoio. Deixou amigos em Angola, mas encontrou outros em Portugal, e é essa capacidade de adaptação que o mantém firme na música.
"Mudei-me para Portugal por várias razões, a principal sendo a minha mãe, que vive aqui. Estive longe dela desde os 7 anos e queria estar mais perto. Além disso, Portugal oferece mais oportunidades para a minha música. Aqui, já tive a chance de conhecer pessoas que só via na TV. Seria ótimo ter uma editora para facilitar o trabalho, claro, mas gosto de saber que tudo o que alcancei foi por mérito próprio. Se não há oportunidades, criamo-las. Prefiro avançar sozinho do que esperar que alguém faça as coisas por mim", partilhou Less Ezzy, com um sorriso.
Embora tenha começado com freestyles, não pretende limitar-se a um único estilo musical. O seu gosto eclético motiva-o a explorar diferentes sonoridades. "Mano, eu ouço de tudo, desde rap a jazz, e gosto de experimentar. Quero alcançar diferentes mercados e não ficar preso a um único género. Vou sempre tentar coisas novas e melhorar no que ainda não domino. Por exemplo, a minha música 'Faya' é um bom exemplo. Escrevi-a e deixei-a de lado por um tempo. Quando a voltei a ouvir, percebi que tinha potencial. Trabalhei no refrão, inspirado no Travis Scott, e o resto fluiu. Agora, estou a preparar o videoclipe", explicou.
Less Ezzy sente que com esta música está a entrar numa nova fase da sua carreira. Está a profissionalizar-se mais, a colaborar com pessoas talentosas e a encarar o seu processo criativo com maior seriedade. Pensa em lançar um EP no futuro, mas por agora, está focado em lançar mais singles e videoclipes de qualidade.
"Tenho muitos planos para o próximo ano. É só esperar para ver", concluiu.
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