Os artigos mais lidos da semana 21/52

25 de Maio de 2025
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Na última semana de maio, os temas que mais captaram a atenção dos nossos leitores foram o regresso de Nilton CM com uma crítica social afiada em "A Mesa"; a visão de Monique Evelle sobre o futuro digital de Cabo Verde; a reflexão histórica sobre a Casa dos Estudantes do Império; o álbum de estreia íntimo e pessoal de Nayr Faquirá; e o regresso de Welket Bungué à Guiné-Bissau para apresentar "Corpo Periférico", além do anúncio da estreia dos seus filmes em plataformas de streaming.



Nilton CM regressa com "A Mesa", uma crítica social que não poupa ninguém


Lançada a 16 de maio, "A Mesa" é o primeiro aperitivo do álbum "Sinto Muito", previsto para o terceiro trimestre de 2025. Com produção de Lil Drake Beatz e um dueto com RNB GUCCI (alter ego de Nilton), a faixa traz letras afiadas que não poupam ninguém: amigos que traem, relações tóxicas, pais que abandonam filhos e a loucura dos likes nas redes sociais.



Sobre as metas comerciais, o rapper assume sem rodeios: "Eu não sou um rapper de números astronómicos porque a minha abordagem não é tão comercial, mas sei que impacto centenas, milhares de pessoas com o que canto". Nilton olha para a cena musical angolana com olhos críticos, elogiando a energia e o surgimento de novos criadores, mas denunciando um mercado "viciado em métricas" que valoriza apenas números em vez de autenticidade.


"Cabo Verde está a construir um futuro digital com coragem e estratégia", Monique Evelle


Entre os dias 5 e 6 de maio de 2025, Cabo Verde celebrou a inauguração oficial do seu Parque Tecnológico, o TechPark, com eventos na Praia e no Mindelo. A cerimónia contou com a presença de diversas personalidades do sector tecnológico e político, incluindo Monique Evelle e Lucas Santana, fundadores da plataforma brasileira Inventivos, convidados como oradores principais.



Em entrevista exclusiva à BANTUMEN, Monique partilhou as suas impressões sobre a visita: "Ver um país africano investir de forma tão estratégica no futuro digital é algo complementar a tudo o que estamos a construir com a Inventivos". A empreendedora destacou o potencial de Cabo Verde como ponte entre África, América Latina e Europa, especialmente para a diáspora afro-lusófona, e revelou planos para adaptar o modelo da Inventivos ao contexto cabo-verdiano.


Casa dos Estudantes do Império: um feitiço que se virou contra o feiticeiro



A Casa dos Estudantes do Império, projeto nascido nos anos 40 durante o regime de Salazar, foi concebida como uma estratégia para recrutar jovens africanos, oferecer-lhes ensino superior em Lisboa e, posteriormente, transformá-los em defensores do colonialismo português. No entanto, o regime subvalorizou esses "meninos da casa" e o plano acabou por se virar contra o próprio criador.



O que deveria ser um ninho de expectativas transformou-se num berço de mudança, reunindo nomes incontornáveis como Agostinho Neto, Marcelino dos Santos e Amílcar Cabral. A CEI tornou-se um espaço de troca de ideias revolucionárias, onde jovens artistas e intelectuais como Alda Espírito Santo, Noémia de Sousa e Mário Pinto de Andrade moldaram a luta anti-colonialista através de colóquios, debates sobre literatura, música e arte, culminando num "tiro no próprio pé" para a ideia de civilização arquitetada pelo regime.


Nayr Faquirá estreia-se com Entrelinhas, um álbum cru, íntimo e pessoal



Transformar o tabu em música, para Nayr Faquirá, passa por canalizar a raiva. "A raiva ajuda um bocado, não vou mentir. É o sentimento que mais me tem ajudado a dizer as coisas", confessa a artista, que escreveu mais de uma centena de canções antes de selecionar as 14 faixas que compõem Entrelinhas, o seu álbum de estreia.



Ao longo do novo trabalho, Nayr dá a conhecer um lado marcado por traumas e silêncios forçados, abordando de forma pessoal a experiência de ser uma mulher negra numa indústria ainda marcada por dinâmicas de assédio e abuso. "Quero que as pessoas se sintam um bocado desconfortáveis ao ouvir. Para entrar no meu mundo, têm de passar por esse desconforto", sublinha a artista, que transita entre diferentes camadas da sua identidade, do r&b ao hip hop, sem se prender a um único registo.



Welket Bungué apresenta "Corpo Periférico" em Bissau e anuncia estreia de filmes no streaming



Welket Bungué regressou à sua terra natal, Guiné-Bissau, para participar na Primeira Bienal de Arte e Cultura do país, onde assumiu o papel de curador da seção dedicada às Artes Performativas e à Imagem em Movimento. O evento marcou também a primeira apresentação pública do seu livro Corpo Periférico, um ensaio performativo que reflete sobre as dinâmicas da afrodiáspora e os deslocamentos identitários de corpos racializados.



Paralelamente, o ator e realizador anunciou que, a partir de 22 de maio, os filmes Prima ku lebsi e Latitude Fénix passam a integrar o catálogo da Filmin. Latitude Fénix, nomeado para Melhor Curta-Metragem de Ficção nos Prémios Sophia 2025, encena um ritual poético onde figuras históricas de São Tomé e Príncipe ganham vida no presente, enquanto Prima Ku Lebsi, premiado no Afrobrix Film Festival, oferece um retrato politizado da juventude afrodescendente na periferia de Lisboa.

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