Marco Mendonça vence 6.º Prémio Revelação Ageas do Teatro Nacional D. Maria II

Marco Mendonça, ator, dramaturgo e encenador, foi recentemente distinguido com a 6.ª edição do Prémio Revelação Ageas Teatro Nacional D. Maria II, galardão anual criado em 2020 com o objetivo de reconhecer e promover talentos emergentes no panorama teatral português. A cerimónia, que decorreu no dia 12 de setembro, visa incentivar percursos profissionais de excelência e premiar a criatividade e a originalidade na atuação e na criação artística.

Licenciado na Escola Superior de Teatro e Cinema, Marco iniciou o seu percurso artístico em 2014 com a companhia Os Possessos e estagiou no Teatro Nacional D. Maria II, colaborando com nomes como Tiago Rodrigues, João Pedro Vaz, Paula Diogo  e Catarina Requeijo. Ao longo do seu percurso, desenvolveu projetos como Parlamento Elefante, vencedor da Bolsa Amélia Rey Colaço em 2019, e Cordyceps, apoiado pela Rede 5 Sentidos em 2021. Em 2023 estreou a sua primeira criação a solo, “Blackface”, e em julho de 2025 apresentou “Reparations Baby!”, peça que utiliza o formato de game show para confrontar Portugal com o seu passado colonial, desconstruindo narrativas históricas. Paralelamente, integra o elenco de “Catarina e a beleza de matar fascistas”, de Tiago Rodrigues, espetáculo em digressão internacional desde 2020.

O Prémio Revelação Ageas Teatro Nacional D. Maria II distingue profissionais até 30 anos cujo trabalho se destaque pela qualidade artística, contribuição para o desenvolvimento da área teatral e capacidade de inovação. O júri, composto por 15 representantes do meio artístico e cultural português, reconheceu em Mendonça a combinação de talento, criatividade e capacidade de propor novas abordagens no teatro contemporâneo.

Para Rui Catarino, Presidente do Conselho de Administração do Teatro Nacional D. Maria II, a entrega do prémio representa não apenas o reconhecimento do trabalho do ator, mas também um contributo para a vitalidade e o rejuvenescimento do teatro português. “Marco Mendonça é um exemplo inspirador de jovem ator, encenador e dramaturgo, que tem trazido para o palco questões centrais das sociedades democráticas contemporâneas. A força da sua identidade criativa e a qualidade do seu percurso enquanto intérprete deixam antever uma carreira de enorme fôlego e relevância”, afirmou.

Na cerimónia de entrega do prémio, o dramaturgo descreveu a distinção como “um elogio glorificado” e uma “notícia avassaladora”, lembrando, ao mesmo tempo, os desafios enfrentados por atores negros em Portugal, num cenário marcado pela escassez de representatividade nos elencos nacionais. “É muito difícil ser ator negro em Portugal”, afirmou, sublinhando a necessidade de maior inclusão e diversidade no setor.