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A artista multidisciplinar Merai acrescenta uma nova dimensão ao seu percurso criativo com Contos e Mitos de Plorema, livro de estreia apresentado a 20 de novembro, na Livraria Greta, em Lisboa. A obra reúne seis narrativas situadas num território de realismo mágico, onde mito, natureza e simbologia se entrelaçam numa proposta literária que convoca leitores de todas as idades.
Nascida em Lisboa em 2000 e de ascendência luso-angolana, Mariana Frangioia Portela, que o público conhece como Merai, tem vindo a afirmar-se pela construção de um universo artístico que abrange música, performance, escrita, imagem e pensamento crítico. Canções como “Ser (Mito de Orfeu)” e “O Meu Corpo Não” integraram esse percurso, marcado também por participações em festivais e antologias de poesia, pela criação da banda sonora da peça Espaço Privado e pela apresentação de duas performances no Teatro São Luiz, em 2025, no âmbito da Noite das Ideias.
Com Contos e Mitos de Plorema, a artista inaugura o primeiro volume de um mundo que tem vindo a explorar nos últimos anos. As histórias percorrem uma teia de cenários e temporalidades distintas: o mito de criação de Plorema, a conversa entre uma criança e o Fogo, o regresso de uma frota de marinheiros, o sonho que transporta uma rapariga para essa geografia fantástica, a máquina fotográfica capaz de antecipar o futuro e a origem ficcionada do próprio nome Merai. O conjunto é apresentado como um mosaico que resgata a antiga relação entre a humanidade e a natureza, fundada em intuição, animismo e identificação.
A autora explica que o projeto começou a ganhar forma durante uma viagem a Cabo Verde, em 2018. “A história, com as suas várias facetas, nasceu de fotografias tiradas com uma máquina descartável, máquina essa que por si só deu origem ao conto da Máquina Fotográfica que Fotografava o Futuro.” Para Merai, o livro expõe “algo de muito interior, diálogos internos, crenças pessoais e uma necessidade de dar significado à vida, criar uma mitologia própria e encontrar profundidade nas coisas”. A artista acrescenta que esta vontade surge em contraponto ao que identifica como “automatização, objetificação e instrumentalização do Mundo”, seja da natureza, das relações ou das nossas próprias vidas.
Embora íntimo, o livro procura, segundo a autora, aproximar-se do universal através da linguagem dos símbolos, dos arquétipos e da imaginação narrativa. Contos e Mitos de Plorema propõe, assim, uma leitura contínua ou espaçada, pensada para “eternas crianças, poetas, filósofos e para quem procura beleza e significado nas coisas”.
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