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Miss Tati e Love Pump, os ritmos angolanos vivem na Noruega

27 de Maio de 2024
Miss Tati e Love Pump, os ritmos angolanos vivem na Noruega

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Acordar pela manhã e ouvir um semba de Paulo Flores, ou ainda tentar copiar as danças mais populares do kuduro, foi exatamente como Liliana Palanca (Love Pump) e Tatiana Palanca (Miss Tati) cresceram. Filhas de pais angolanos, mas nascidas em Setúbal, Portugal, as duas irmãs sentiram desde muito cedo a necessidade de conhecer as suas raízes angolanas, e isso foi feito através da arte.

Miss Tati optou por começar a sua carreira artística diretamente como cantora e compositora, inspirada por estilos musicais como o R&B, Hip Hop e Soul. Em 2015, ganhou reconhecimento internacional quando lançou o single “Don’t Let Go”, e foi referenciada na playlist African Pop pelo The Guardian. Para além de, no mesmo ano, ter sido citada na Okayafrica com o single “Shakedown”, em 2016 também ganhou atenção de revistas como a Essence Magazine, i-D, Nylon e blogs como Afropunk.

Já Love Pump teve a sua entrada no mundo artístico inspirada pela irmã. Começou como vocalista, percussionista e bailarina, incendiando pistas de dança com o kuduro e o afro house. Em 2019, começou a experimentar mixes de DJs e tocou o seu primeiro set em 2021, no Hot Hot Hot festival em Bergen, Noruega. Em 2023, teve a oportunidade de fazer um DJ mix para a rádio Reprezent, de Londres (Inglaterra), e para a rádio Piñata, de Montpellier (França). Love Pump já foi convidada para tocar em outras cidades como Oslo e Trondheim, além de ter tocado num dos maiores festivais da Noruega, o Øya Festival.

Quando se mudaram para Bergen, na Noruega, em 1996, Miss Tati e Love Pump mergulharam num mundo artístico tricultural, onde a sua identidade artística abraçava Luanda, Setúbal e Bergen. De 2015 para cá, Miss Tati tornou-se numa das intervenientes mais importantes na eclética cena musical de Bergen. Em 2018, foi incentivada por um amigo a cantar música angolana dos anos 70 e assim nasceu a sua banda Miss Tati’s Angola70, agora com o nome Angola Yangue, que, além de promover a música angolana, nasceu com o propósito de também gerar atenção para a situação sociopolítica de Angola nos últimos 60 anos, e tem até hoje brilhado em palcos exclusivos de Bergen, como o maior festival de jazz da cidade (NattJazz).

Por serem entusiastas do Pop Africano, Kuduro, Afrohouse e Funk Brasileiro, Miss Tati e Love Pump decidiram criar um conceito que mudaria o paradigma dos clubes na Noruega. Com o desejo de tentar recriar a energia das festas de Luanda ou da maioria dos clubes africanos em Lisboa, e assumindo as posições de DJ, juntas criaram em 2018 o Klubb Diáspora, que envolve kuduro, kizomba, baile funk e amapiano, de uma forma nunca antes vista em Bergen. Este é um sítio onde DJs internacionais como Vigro Deep, Boko! Boko!, DJ Poco e Mastaque também foram convidados a tocar, mas também um espaço de livre expressão cultural. O Klubb Diáspora tem servido como um espaço de convivência e celebração intercultural, onde a dança domina o palco com a presença de bailarinas angolanas internacionais como Selma Mylene, levando ritmos e toques angolanos para toda a Noruega.

Ao longo dos anos, com inúmeras apresentações ao vivo, as duas artistas têm deixado uma marca nas mais de 20 mil pessoas que já as viram atuar em toda a Noruega. No último ano, Miss Tati e Love Pump têm trabalhado na mais recente obra musical de Miss Tati, Angola Yangue, que representa um reencontro com as raízes angolanas, mas também um apaziguamento da crise identitária que questiona a pertença à cultura angolana, portuguesa e norueguesa.

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