Moxo lança "Badja", um afrobeat que prolonga o verão

23 de Setembro de 2025

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O rapper e cantor Moxo, nome artístico de Edi da Veiga, lançou o single "Badja", um afrobeat que prolonga a vibração do verão para os primeiros dias de outono. Inspirado numa dança que viu no TikTok, o tema foi produzido por Cozy Music, responsável também pela mistura e masterização. “Saiu-me uma música hiperenergética, muito ligada às minhas origens”, explica o artista de 34 anos, natural do Vale da Amoreira e atualmente a viver na Suíça.

A identidade musical do artista construiu-se na fusão entre trap e afrobeat, traduzindo a ligação às raízes cabo-verdianas, às vivências nos bairros sociais portugueses e à multiculturalidade que encontrou na diáspora. “Só sou realmente feliz quando consigo unir esses mundos”, afirma, sublinhando a vontade de consolidar a sua base de fãs. “Tenho várias ‘bombas’ guardadas que vou lançar e, futuramente, um álbum. Há também colaborações a caminho que o público vai gostar.”

O percurso começou cedo, inspirado pelo pai que passava horas ao gira-discos da Pioneer. Entre Bob Marley, Beatles, Michael Jackson, Meme Landim, Gil Semedo ou Santos & Pecadores, o jovem Edi absorvia referências diversas que o levaram a experimentar a criação musical. O passo decisivo surgiu em 2006, quando amigos da zona lhe instalaram o FL Studio no computador.

No secundário, formou o grupo Killa Kids (KK), cujas músicas circulavam no bairro em formato MP3. Mais tarde, o convite para atuar na festa da Escola Secundária do Vale da Amoreira marcou a estreia em palco. “Correu bem, chamou a atenção do pessoal e lembro-me de um mais velho ter vindo dar-me força. Nunca me esqueço, porque me deu motivos para continuar”, recorda. Seguiram-se atuações em festas municipais no Barreiro e na Moita, mas, aos 16/17 anos, reconhece que ainda não tinha maturidade para explorar todo o seu potencial. “O rap salva, e é verdade. Mas naquela altura não aproveitei bem as oportunidades”, admite.

Depois de seis anos a trabalhar na Autoeuropa sem conseguir contrato efetivo, decidiu emigrar para a Suíça, onde já vivia o pai. “A música voltou a salvar-me. No início não conhecia ninguém, mas a vontade de estar em estúdio fez-me socializar. Inspirei-me muito nos artistas da cena francesa, que têm uma qualidade enorme”, conta. Nesse ambiente multicultural, trabalhou com produtores e músicos do Congo, Camarões, Albânia e Turquia, reforçando a sua ligação às origens. “Quanto mais nos ligamos às nossas raízes, mais autêntica é a nossa música.”

Antes da pandemia, afastou-se da criação musical para abrir uma discoteca e organizar eventos com artistas dos PALOP e franceses, mas a Covid-19 obrigou-o a fechar portas. “Fui obrigado a fechar o negócio. Voltei a gravar e não soava como eu queria. Contactei o Katana e ele disse-me: ‘Se não fizeres aquilo que gostas, vais-te arrepender.’ Foi aí que percebi que tinha de me dedicar.” A experiência trouxe-lhe clareza: “Percebi que só vivemos esta vida até prova em contrário e quero dedicar-me ao que realmente gosto: a música.”

Entre os temas já lançados destacam-se "Elon Musk", "Palavras", "Diz-me se Amanhã?" e "Branda", cada um refletindo o processo de aprendizagem e afirmação da sua identidade. “Até os erros fazem parte do processo. A música Elon Musk foi importante, mas fez-me pensar no impacto das referências que escolho.”

Mais do que números ou fama, Moxo defende que a sua música deve ser reflexo da cultura que representa. “O importante é termos orgulho em manter a nossa cultura viva, a nossa voz ativa na sociedade e sermos nós próprios, sem tentar copiar ninguém.” Hoje, mantém o foco em crescer no rap lusófono e em fazer da mistura entre trap e afrobeat a sua assinatura.

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