Nistor Lendjy apresenta novo álbum, “Balon Baia, Balon Babi”, em Bissau

26 de Maio de 2025
nistor lendjy novo album
📸 Nistor Lendy | DR

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O músico guineense Nistor Lendjy apresentou, no dia 24 de maio, o álbum Balon Baia, Balon Babi, no Espaço Lenox, em Bissau. Natural da região de Cacheu, norte da Guiné-Bissau, Lendjy nasceu a 10 de junho de 1979, na secção de Cô, setor de Bula. Cresceu no seio da etnia mancanhé, onde o contacto com os ritmos, histórias orais e expressões artísticas moldou os primeiros passos do seu percurso. “Sou Balanta, sou Mancanhé. Vou morrer como alguém que pertence a essas etnias. Nada de ignorar a nossa identidade cultural”, afirmou à BANTUMEN.


Antes de iniciar a carreira musical de forma profissional, em 2003, dedicou-se ao desenho, à escultura e à criação de grupos de tocadores, inspirados nas práticas dos griots locais. Entre 2001 e 2002, gravou maquetes que viriam a definir a base do seu estilo, marcado pela valorização da herança cultural e da oralidade tradicional.


Com Balon Baia, Balon Babi, Lendjy retoma essa linha. O título e o conceito do disco são um posicionamento em defesa do património cultural guineense. “Kil ki di nós ten balur”, expressão em crioulo que pode ser traduzida como “aquilo que é nosso tem valor”, acompanha a divulgação do álbum e traduz o objetivo do músico: reforçar a importância dos valores culturais enquanto recurso coletivo.


Mas a ambição do artista não se limita à produção musical. Lendjy tem planos para além do palco, ligados à criação de uma estrutura de apoio à formação e promoção de artistas nacionais. “A música é a minha vida, mas quero fazer mais do que cantar. Quero ajudar outros artistas a crescerem, a valorizarem a nossa cultura e a levarem o som da Guiné-Bissau além-fronteiras”, explicou.


A proposta passa por construir um espaço de produção e capacitação artística, direcionado sobretudo a jovens com poucos recursos e com vontade de desenvolver um percurso criativo. “Há muitos talentos na Guiné-Bissau que só precisam de uma oportunidade. Quero criar pontes, abrir portas e mostrar que é possível viver da nossa música nacional, sem perder a alma nem a tradição”, sublinhou.


Ao afirmar que “não há modernidade sem ancestralidade”, Lendjy estabelece um princípio que orienta tanto a sua música como a sua atuação enquanto agente cultural. Com Balon Baia, Balon Babi, reforça o compromisso de trabalhar com as raízes e com o olhar projetado para o futuro da música feita na Guiné-Bissau.

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