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De 18 a 20 de Setembro de 2025, Braga torna-se o palco do Paraíso, um programa artístico multidisciplinar que celebra os 50 anos das independências dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa. O programa está dividido em três eixos: performance, pensamento e mediação. Este ano, o festival regressa à cidade com propósito de comemorar e destacar as vozes PALOP, promover a escuta a partir das margens e ativar arquivos.
Entre os destaques estão a aguardada estreia da ópera “Adilson”, de Dino D’Santiago, os concertos da Banda Monte Cara e de Fidju Kitxora, e ainda debates e propostas cinematográficas com curadoria da BANTUMEN, que se junta à iniciativa pelo terceiro ano consecutivo, focadas em memória, identidade e descolonização do pensamento.
O programa tem início no gnration, a 18 de setembro, com a exibição do documentário Independência (2015), do realizador angolano Mário Bastos (Fradique). A obra, referência incontornável do cinema de arquivo em África, reconstrói o processo de luta pela independência de Angola através de testemunhos de combatentes e imagens inéditas, revelando uma perspetiva essencial da memória histórica africana.
No dia seguinte, 19 de setembro, a Livraria Centésima Página recebe a mesa-redonda “E depois da independência? Das lutas da libertação às lutas de hoje”, com moderação e curadoria de Marisa Rodrigues, jornalista da BANTUMEN e participação de Marta Machado, Sheila Khan e Tiago Vieira da Silva. Este momento será um dos pontos do eixo pensamento, propondo um olhar crítico e atual sobre os legados coloniais e as suas consequências nas políticas de identidade.
A noite de 19 de setembro marca também a estreia de Adilson, uma ópera contemporânea concebida por Dino D’Santiago, com dramaturgia de Rui Catalão e direção musical de Martim Sousa Tavares. A obra, encomendada pela BoCA, Biennial of Contemporary Arts, mergulha na história de um homem afrodescendente que, apesar de viver em Portugal há mais de 40 anos, nunca obteve a cidadania.
No dia 20 de setembro, o festival propõe uma visita guiada com o investigador Chisoka Simões, que traça um guia turístico pela cidade de Braga através de locais marcados por memórias e símbolos coloniais. Mais tarde, no gnration, terá lugar a apresentação de uma residência artística conduzida pelo artista plástico Ruben Zacarias, desenvolvida na Biblioteca Pública de Braga. Este projeto investiga o património bibliográfico relacionado com os PALOP e será discutido em conversa moderada por Rosa Cabecinhas.
A noite de encerramento, no gnration, promete uma celebração sonora da herança musical cabo-verdiana. A lendária Banda Monte Cara, fundada em 1976, estreia-se em Braga com um espetáculo que homenageia compositores como Paulino Vieira, Manuel de Novas e Tito Paris, reimaginando temas icónicos com nova configuração. A seguir, o palco recebe Fidju Kitxora, coletivo emergente da cena afro-lusófona contemporânea. Com o álbum Racodja (2024), a banda apresenta uma fusão ousada de funaná, semba, dub, hip-hop e eletrónica, onde o crioulo é ferramenta de resistência e reconstrução identitária.
O evento conta com o apoio institucional do Município de Braga, atual Capital Portuguesa da Cultura, e parceiros culturais, reforçando o compromisso da cidade na valorização e promoção da diversidade, e estímulo ao diálogo intercultural.
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