Semba, memória e poesia: Paulo Flores anuncia concertos em Lisboa e no Porto em 2026

26 de Setembro de 2025
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Paulo Flores, lenda viva da música angolana e uma das vozes mais marcantes da lusofonia, regressa aos palcos portugueses em 2026 com dois concertos em nome próprio. A 28 de fevereiro atua na Casa da Música, no Porto, e a 5 de março sobe ao palco do Coliseu dos Recreios, em Lisboa.

Com mais de três décadas de carreira, construiu uma obra que atravessa gerações. Autor, compositor e intérprete, foi pioneiro do semba e figura central do movimento da kizomba nos anos 80, criando uma linguagem musical que combina poesia, melodia e memória coletiva.

No repertório destes concertos estará também Canções Que Fiz Pra Quem Me Ama, o álbum lançado em 2025 e descrito pelo artista como uma celebração da vida, dos encontros e das histórias que moldaram o seu percurso de 38 anos de carreira. Após uma digressão emocionante por Angola, Flores traz a Portugal a mesma energia de partilha, emoção e bailar que marcou os espetáculos com o seu público em casa. Serão momentos de comunhão, onde o semba de roda e as baladas poéticas de Flores convidam a uma viagem à memória afetiva de Angola, entre a nostalgia e a esperança. A sua presença em palco, delicada e ao mesmo tempo energética, promete transformar as noites do Porto e de Lisboa em experiências de celebração cultural e humana.

Nascido em Luanda e criado entre Angola e Portugal, Paulo Flores tinha apenas 16 anos quando lançou o seu primeiro disco de originais. Filho de Carlos Alberto Flores, cresceu num ambiente rodeado por música, com rádios sempre ligadas, discos a atravessar o Atlântico e músicos a passar pela casa da família. Essa vivência marcou a sua ligação íntima à música, transformando-a em expressão de identidade cultural muito antes de se tornar uma das vozes mais reconhecíveis do semba moderno e da música de intervenção.

Ao longo da carreira, foi distinguido com o Prémio Nacional de Cultura e Artes e tornou-se presença regular em festivais internacionais, sendo muitas vezes apontado como embaixador cultural de Angola. Colaborou com nomes como Yuri da Cunha, Manecas Costa, Força Suprema e Prodígio, entre muitos outros, combinando tradição e contemporaneidade de forma a manter-se sempre atual.

Chegados a 2025, ano em que Angola assinala o cinquentenário da independência, Paulo Flores continua a refletir sobre o país que nunca deixou de cantar. Reconhece avanços, sobretudo no profissionalismo de algumas instituições, mas sublinha a necessidade de investir seriamente na educação para garantir um futuro sólido. “A dimensão humana, a capacidade das pessoas de se inventarem, de continuarem a ser generosas, isso é o que me deixa ainda inspirado e esperançoso”, disse recentemente em entrevista à BANTUMEN.

Com estes dois concertos em Portugal, reafirma o seu papel como cronista musical de Angola, capaz de transformar as contradições de um país e de um povo em canções que unem gerações e atravessam fronteiras.

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