“Pongo Baddie”, a maturidade sonora de Pongo ganha palco em Lisboa

12 de Maio de 2025
“Pongo Baddie”, Pongo Lisboa
📸: DR

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Depois de conquistar palcos de todos os cantos do mundo, de ver a sua música entrar em jogos como o FIFA, no Colors Show e em milhões de vídeos no TikTok, Pongo regressa a Lisboa para apresentar oficialmente, Pongo Baddie, o seu último EP.


A listening party aconteceu esta quinta-feira, 8 de maio, no Tabernáculo, no coração de Lisboa e marca o reencontro da artista luso-angolana com o seu público mais próximo, geograficamente e afetivamente.


Editado no final de 2024 pela norte-americana Hive Music, Pongo Baddie é, para a artista, uma reafirmação estética e identitária. "É um EP de afrofusão, enraizado no kuduro, que é o meu estilo de raiz. A partir do kuduro, eu faço várias outras fusões. É uma estratégia consciente e necessária, porque dessa forma também evoluímos. Eu, enquanto artista, e o nosso estilo como cultura", explicou-nos em conversa.


Com cinco faixas, “Katana”, “Lambamento”, “Celebrate”, “Mandela” e uma faixa-título que dá nome ao projeto, o EP é um manifesto íntimo de luta, resistência, amor, perda, liberdade e celebração. "É a Pongo mais madura. Mais baddie. Sem medos. Com força para tudo", afirmou.


Desde que surgiu no panorama musical com a sua voz inconfundível nos Buraka Som Sistema, Pongo tem procurado, e conseguido, romper barreiras com a sua abordagem híbrida. A artista cresceu em Portugal, mas deixou Angola com oito anos, e essa travessia geográfica molda toda a sua criação. "É a partir dessa experiência que mantenho a minha ligação com Angola, com as minhas raízes, com os meus ancestrais. É isso que me impulsiona a continuar a fazer kuduro, mesmo que num formato expandido".


A artista defende que essa fusão de estilos não é apenas criativa, mas também política. "O nosso kuduro já nasceu de fusões. O que eu faço é dar continuidade, mas com consciência. É uma forma de impedir a apropriação cultural, de sermos nós a representar os nossos estilos, a internacionalizá-los, a levar a nossa língua e até um pouco de quimbundo para o mundo fora".


O peso de ser pioneira


Apesar de reconhecer que não está sozinha nesse percurso, citando artistas africanos como Burna Boy ou Davido como referências de afrofusão a partir dos seus próprios países, Pongo sente que, dentro do contexto angolano, o caminho tem sido mais solitário. "Em Angola sinto-me sozinha. Mas também sinto que sou uma pioneira, sim senhora. Permiti-me muito cedo a fazer este caminho porque cresci aqui e tive essa necessidade. E é por isso que convido mais dos nossos a embarcarem nesta afrofusão. Para nos conectarmos com o resto da África, não só com a Europa".


De acordo com a conversa com a artista, entendemos que Pongo Baddie é uma declaração de posicionamento artístico, social e cultural. É o espelho de uma geração que vive entre lugares, mas que recusa viver sem raízes. E é por isso que este reencontro com o público português, depois de tanto sucesso fora de portas, tem um sabor especial. Como quem regressa a casa com o orgulho de saber exatamente quem é e para onde vai.

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