“Luso-portugueses”, a nova exposição de René Tavares, chega à Kunsthalle Lissabon

René Tavares apresenta a sua nova exposição "Luso-portugueses", um aprofundamento da investigação sobre identidade, memória, mestiçagem cultural e legado colonial. Conhecido por uma linguagem que combina pintura, desenho, fotografia e elementos têxteis para refletir sobre São Tomé e Príncipe, Portugal e as histórias que os ligam, o artista constrói aqui um novo capítulo crítico sobre a forma como somos vistos, nomeados e categorizados.

A mostra inaugura a 10 de dezembro de 2025, às 18h00, na Kunsthalle Lissabon, onde permanecerá patente até 28 de fevereiro de 2026.

Em “Luso-portugueses”, René Tavares parte da ironia contida no próprio prefixo “luso” para questionar fronteiras históricas, identitárias e linguísticas. A exposição desafia a ideia de quem é, ou não, considerado “luso” e reflete sobre como categorias aparentemente neutras, nomes, sotaques ou designações culturais podem funcionar como instrumentos de inclusão, mas também de exclusão. Entre pintura, desenho, fotografia e elementos têxteis, o artista convoca processos de mestiçagem cultural e narrativas afro-diaspóricas para refletir sobre a forma como as heranças coloniais permanecem inscritas nos corpos, nas imagens e nos espaços que habitamos.

As obras interrogam não apenas como somos vistos, mas também como somos nomeados e quem detém o poder para nomear. Entre camadas de cor, gestos e referências históricas, a exposição cria um espaço de reflexão visual sobre pertença, circulação, memória e diáspora num mundo marcado pela mobilidade e pelas tensões pós-coloniais.

Luso-portugueses propõe ainda um diálogo crítico sobre identidades construídas no cruzamento entre histórias coloniais e experiências contemporâneas, num momento em que a produção artística africana e afro-diaspórica ocupa um lugar cada vez mais central no panorama cultural português.

René Tavares nasceu em 1983, em São Tomé e Príncipe. Licenciado em Belas Artes pela Escola de Belas Artes de Dakar (Senegal), concluiu posteriormente uma pós-graduação em Artes Visuais, Pintura e Fotografia na Escola de Belas Artes de Rennes (França) e um Mestrado em Ciências da Arte e do Património na Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa.

O artista tem apresentado o seu trabalho em instituições e eventos como o Chaillot – Théâtre national de la Danse (França), afrOURban (EUA), o Museu de Lisboa – Palácio Pimenta, a Biennale Architettura di Venezia (Itália) e a Bienal de Arte e Cultura de São Tomé e Príncipe. Em 2018, foi distinguido como Africa’s Most Influential New Artistic Talent, na FNB Art Joburg, em Joanesburgo.