Standard Bank e EcoAngola promovem debate sobre água potável

30 de Julho de 2025
Standard Bank EcoAngola água potável Angola

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Numa altura em que cerca de 44% da população angolana ainda não tem acesso a água potável, o Standard Bank de Angola (SBA) e a organização EcoAngola promoveram, na última semana, uma sessão pública de debate sobre os principais desafios e caminhos possíveis para garantir o direito à água no país. O evento, realizado no Instituto Guimarães Rosa, em Luanda, integrou o ciclo de conversas "60min ECO" e contou com a participação de Elsa Ramos, directora nacional de Águas, e Alban Nouvellon, chefe da secção de Água, Saneamento e Higiene da UNICEF.

“A pergunta que impera é: se o sector da água é tão importante, como é que ainda estamos apenas com esta cobertura?”, questionou Elsa Ramos, apontando para uma taxa nacional de acesso que ronda os 56%. A responsável reconheceu os esforços feitos pelas autoridades, mas sublinhou os obstáculos estruturais com que o país se confronta: “Angola é um país grande, com uma densidade populacional crescente, e é difícil termos uma cobertura que acompanhe esse desenvolvimento. Vamos dando o nosso melhor e procurando os financiamentos para melhorar a questão do abastecimento.”

Entre os principais entraves identificados, a falta de quadros técnicos qualificados foi um dos aspectos mais enfatizados pela directora nacional de Águas. “Temos muito poucos quadros vocacionados para o sector das águas. A nível das universidades em Angola, esta área praticamente não existe”, observou, sublinhando a importância da parceria com a UNICEF no financiamento e apoio técnico.

Também Alban Nouvellon destacou as debilidades estruturais e operacionais do sector, apontando a manutenção das infra-estruturas existentes como um dos desafios centrais: “Temos um grande desafio em manter as inversões que já foram feitas. Uma infraestrutura que não está a funcionar ou não opera a 100% da sua capacidade representa um enorme desperdício.” Para o representante da UNICEF, é necessário agir simultaneamente na reparação dos sistemas existentes e na expansão para as comunidades ainda não abrangidas. “Não podemos focar apenas na manutenção. Isso significaria deixar de fora quem nunca teve acesso a esses serviços.”

A importância da coordenação entre os diferentes níveis de governação e a necessidade de reforçar colaborações entre entidades públicas e privadas foram igualmente temas em destaque. “Temos o Fórum Nacional de Água e Saneamento, que é uma plataforma multi-actores para discutir as necessidades do sector. Mas temos de pensar também noutras formas de colaboração”, sugeriu Nouvellon.

Ambos os intervenientes defenderam que a solução passa também pelo envolvimento directo das comunidades locais. “São eles os utilizadores. Precisamos de falar com as pessoas, entender a sua realidade e incluir essas vozes na concepção das soluções”, afirmou o representante da UNICEF, sublinhando a importância de formar e sensibilizar as populações para que possam apropriar-se dos sistemas e participar activamente na sua gestão.

A sessão integrou o programa ‘60min ECO’, uma iniciativa dinamizada pela Direcção de Sustentabilidade do SBA que visa fomentar o debate público sobre questões ambientais, sociais e de sustentabilidade em Angola. Para além de incentivar a reflexão crítica e a participação cidadã, o projecto pretende promover valores como a responsabilidade social, a justiça ambiental e o respeito pela natureza, reforçando o compromisso do banco com a sociedade angolana.

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