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Welket Bungué regressa à sua terra natal, Guiné-Bissau, para participar na Primeira Bienal de Arte e Cultura do país, onde assume o papel de curador da seção dedicada às Artes Performativas e à Imagem em Movimento. A presença do artista transdisciplinar, que vive atualmente em Berlim, marca também a primeira apresentação pública do seu livro Corpo Periférico, publicado de forma independente em 2022.
O evento acontece em colaboração com o espaço Ur-Gente, estrutura com a qual Welket mantém uma relação contínua de partilha artística e formativa. A apresentação da obra vai além do formato literário, a obra será também apresentada numa performance “concebida especialmente para o contexto da Bienal”. Além da atuação, será exibido o novo filme curto de Welket, Contemplação Impasse Tentativa, seguido de uma conversa com a investigadora Dra. Zaida Pereira.
Publicado através da plataforma Amazon, Corpo Periférico é um ensaio performativo que reflete sobre as dinâmicas da afrodiáspora, (neo)colonialismo e os deslocamentos identitários de corpos racializados. A partir da escrita, do corpo e da memória, Welket propõe uma ressignificação do termo “periférico”, desafiando a sua leitura enquanto margem. Para o artista, “estar na borda entre dois lugares é, afinal, estar no centro”.
“O termo ‘periférico’ não deve ser um rótulo de exclusão, mas sim uma lente de empoderamento. Para quem viaja, transita e comunica com o mundo, esta perspectiva é essencial para o bem-estar e para o reconhecimento do seu valor”, afirma.
A par do evento em Bissau, o ator e realizador anunciou também que, a partir de 22 de maio, os filmes "Prima ku lebsi" e "Latitude Fénix" passam a integrar o catálogo da Filmin, plataforma de streaming dedicada ao cinema independente. As obras, que já circularam por festivais internacionais, reforçam a presença do cinema afrodescendente no panorama nacional, agora ao alcance do grande público em formato digital.
Latitude Fénix, nomeado para Melhor Curta-Metragem de Ficção nos Prémios Sophia 2025, é descrito como um gesto de resistência e reinvenção. A curta encena um ritual poético onde figuras históricas de São Tomé e Príncipe ganham vida no presente, convocando memória e identidade como formas de afirmação política e cultural.
Já Prima Ku Lebsi, distinguido com o Grande Prémio da competição de curtas-metragens da 5.ª edição do Afrobrix Film Festival, em Itália, oferece um retrato politizado da juventude afrodescendente na periferia de Lisboa. O filme acompanha duas jovens que navegam entre batidas de hip hop, sonhos de emancipação e tensões diárias, num exercício de escuta, denúncia e liberdade.
Reconhecido como uma das 100 Personalidades Mais Influentes da Lusofonia, Bungué é formado em interpretação pela Escola Superior de Teatro e Cinema, em Lisboa, e pela UniRio, no Brasil. Nos últimos anos tem construído uma carreira internacional que o levou a colaborar com cineastas como David Cronenberg e Burhan Qurbani. Entre os seus trabalhos destacam-se a personagem Francis, no filme Berlin Alexanderplatz (2020), e John, no filme brasileiro "Joaquim"(2018).
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