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“Às vezes é preciso parar um bocadinho e respirar as coisas”, diz NBC sobre o novo álbum

O trabalho mais recente de NBC, Toda a Gente Pode Ser Tudo (TGPST) é o seu terceiro álbum e conta com o apoio do estúdio Big Bit, que se aventura no mundo editorial. Como não podia deixar de ser, a BANTUMEN esteve à conversa com o artista, no Polo Cultural Gaivotas Boavista, em Lisboa, para dissecar um pouco o processo de produção deste TGPST.

Ao fim de 20 anos no mundo da música, NBC continua com a mesma disponibilidade e entusiasmo para dar entrevistas da mesma forma como quando começou, em 1999. Para quem observava de fora, o artista mostrou-se sempre humilde e de fácil acesso, preocupado apenas com uma única coisa: poder explicar a mensagem que tenta passar aos demais.

Para quem já ouviu o seu álbum, fica o sentimento de gratificação pelo rumo que a sua vida levou mas também um conselho para a nova escola. Quando lhe perguntamos o porquê da escolha do título Toda a Gente Pode Ser Tudo, NBC recordou o início da carreira, com o seu irmão Black Mastah, em que teve de ser fotógrafo, jornalista, editor e até produtor: “ É um título que é baseado em vários acontecimentos com várias pessoas. Pelo nosso trajecto, do início em que tive de ser músico, fotógrafo, jornalista, editor, produtor, escritor. No meu primeiro disco, eu comprei um gravador de discos Fostex, gravei em casa o álbum com o meu irmão, fiz a impressão no CD com as fotografias e andei a vender à mão.” Numa comparação entre gerações, o artista confessa que hoje em dia as pessoas são muito aceleradas e que a qualidade musical às vezes não é a melhor apesar do fácil acesso que a Internet permite aos músicos mais jovens. Este álbum foi feito de propósito para que as pessoas o sintam e não para que seja um ruido saído de umas colunas.

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“Às vezes é preciso parar um bocadinho, respirar as coisas, por isso mesmo peço às pessoas que oiçam este álbum com calma, uma música ou duas e depois descansem.”

Mas surpresa foi quando nos disse que este álbum, que demorou dois anos e meio em estúdio antes de ver a luz do dia, já estava nas suas cogitações desde 2008, data em que lançou o seu segundo trabalho, Maturidade. “Mal acabei de fazer o Maturidade, era este o disco que queria fazer mas não reuni as condições técnicas para o fazer. A inspiração surgiu logo a partir do momento em que digo que gostava de ter a minha banda toda no estúdio para a poder ter no meu disco”.

Mesmo este sendo um projecto autobiográfico, estilo que tem mantido ao longo de toda a sua carreira, o artista aceita sempre uma boa crítica mas admite ser difícil colocar-se numa perpectiva diferente na hora de criar. “Recordo-me de situações que tinha ideia para um refrão e o Gui dizia-me que estava a complicar muito para simplificar mais. Na primeira música custa mais mas depois na segunda fica mais fácil. E acabas por fazer um trabalho como este. Porque essas pessoas fizeram deste álbum um trabalho delas.”

Das 16 músicas presentes no álbum TGPST, NBC contou-nos que ficaram apenas duas músicas na prateleira, e que “Unidos” foi a faixa que mais trabalho deu: “Unidos demorou mais de oito meses para concluir apesar de estar escrita desde 2010. Eu tinha uma ideia base mas queria uma cena mais fresh, mais actual. Para mim, a música só está pronta quando sinto que está equilibrada de acordo com as minhas influências, com aquilo que oiço mais.”

Num ambiente de descontração e muito profissionalismo, entre risos e gargalhadas, NBC adiantou ainda que a música “Acorda” não estava pré-definida para ser single do álbum.

[Risos] “O acorda foi a última música que eu escrevi. Nem sequer era para entrar no álbum”, para quem ouve o single sente que se trata de um desabafo do cantor que confessou que a faixa é um complemento do título “Toda a Gente Pode Ser Tudo”. “Era uma música que tinha lá guardada e que pensei tenho de gravar isto”, e acrescentou ainda ter sido um single que gravou de um dia para o outro.

No fim da entrevista, NBC não poupou palavras e resumiu que o mais importante é que se tenha orgulho na música nacional: “Primeiro, que as pessoas que fazem música não tenham de estar a copiar modelos que já estão cansados, o pessoal vira-se muito para a cultura americana e devíamos fazer mais o nosso rap. Os novos artistas não devem ter medo de se identificar com o que se faz em Portugal”.

Timóteo Tiny Santos, o seu nome verdadeiro, é um ser humano que condiz com o artista profissional que demonstra ser e com ideias vincadas que tenta transmitir aos que lhe seguem as pisadas. O álbum Toda a Gente Pode Ser Tudo já está disponível nas lojas online e chega em formato físico no dia 29 de Novembro. Até lá, fica com as fotografias e a conversa gravada em vídeo entre NBC e a BANTUMEN.


Relembramos-te que podes ouvir os nossos podcasts através da Apple Podcasts e Spotify e as entrevistas vídeo estão disponíveis no nosso canal de YouTube.

Para sugerir correções ou assuntos que gostarias de ler, ver ou ouvir na BANTUMEN, envia-nos um email para [email protected].

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