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Caster Semenya, a atleta sul-africana que desafia as regras da IAAF

Caster Semenya
Foto : Action Images / Jason O'Brien

A campeã olímpica de 800m e menina de ouro da África do Sul, Caster Semenya, passou por momentos difíceis nestas últimas semanas. A IAAF (Associação Internacional de Federações de Atletismo), propôs regulamentos de género, que procuram reduzir os níveis de testosterona em mulheres atletas que têm altos níveis desta hormona.

Desde o ministério do Desporto ao Banyana Banyana, selecção Sul Africana de Futebol Feminino, assim como personalidades internacionais, Semenya tem várias pessoas que lutam a seu lado nesta batalha, manifestado o seu desagrado para com a proposta de regulamento de género por parte da IAAF, nas diferentes redes sociais.

A bicampeã olímpica de 800m está a desafiar as regras de elegibilidade, revistas pela IAAF, para atletas femininas no tribunal de Lausanne, num caso marcante para mulheres inter-sexuais e transexuais, em todos os desportos.

Nesta segunda-feira, dia 18 de fevereiro, a IAAF divulgou um comunicado de imprensa em que nomeou cinco das testemunhas especialistas que estão convocadas para apoiarem este caso durante a semana — um movimento que a equipa jurídica de Semenya descreve como uma “violação clara” das regras em confidencialidade e uma tentativa de “influenciar a opinião publica”.


Como prometido, os advogados da estrela sul-africana já divulgaram a sua própria lista de testemunhas especialistas e responderam à alegação da IAAF de que o limite de testosterona é destinado a “capacitar meninas e mulheres”, mantendo condições equitativas. No comunicado, afirmam: ”Semenya acredita que ela e outras mulheres afetadas por estes regulamentos devem ser autorizadas a competir na categoria feminina sem descriminação e celebrar os seus talentos naturais, assim como todas as outras atletas com variações genéticas.”

A IAAF, vem em sua defesa afirmar, esta segunda-feira, que não quebrou nenhuma regra de confidencialidade revelando os nomes dos especialistas, dizendo que o Tribunal Arbitral do Desporto, aceitou que esta era a melhor escolha para ambas as partes.

Em 2011 a IAAf introduziu um limite na quantidade de testosterona que um competidor feminino poderia ter na sua corrente sanguínea de 10 nanomoles por litro (nmol/L), aproximadamente 5 a 6 vezes acima do intervalo feminino habitual, para esta hormona.

Mas este conflito não é uma novidade, em 2014, a velocista indiana Dutee Chand iniciou uma disputa legal contra a regra no Tribunal Arbitral do Desporto e, um ano depois, a mais alta corte do desporto disse à IAAF para suspender a regra por dois anos, aguardando novas pesquisas. Após esta data, a suspensão foi estendida por mais seis meses. A IAAF voltou ao Tribunal Arbitral do Desporto no início de 2018 com o que alega ser uma evidência robusta de que os altos níveis de testosterona deram uma vantagem revolucionaria em eventos de pista entre 400m e 1600m.

Munida com estas aparentes provas, a IAAF introduziu um limite revisto de testosterona de 5 nmol/L, mas apenas para esses eventos, o que significa que atletas como  Semenya devem usar supressores hormonais para colocarem os níveis destas hormonas abaixo do limite permitido, por pelo menos seis meses antes de competir.

Estas regras deveriam ter sido introduzidas a 1 de novembro de 2018, mas a IAAF adiou até o Tribunal Arbitral do Desporto decidir sobre o caso de Semenya, que o tribunal prometeu estar decidido até 26 de março de 2019 — seis meses e dois dias antes do início do campeonato mundial de 2019, em Doha.

 

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