Poeta moçambicano Álvaro Taruma integra performance no Museu da Língua, em São Paulo

May 5, 2025
Alvaro Taruma Museu da Língua
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Álvaro Taruma, poeta moçambicano, junta-se ao Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo, nesta segunda-feira 5 de maio, com uma intervenção sonora que responde a uma provocação: “Será que falamos a mesma língua?”. A pergunta serve de ponto de partida para uma viagem feita de vozes, sotaques e memórias que atravessam o universo da lusofonia.


O poeta participa na performance-instalação Rádio Cósmica Mêike Rás Fân, concebida por José Paes de Lira (Lirinha), que reúne artistas lusófonos numa escuta coletiva, onde cada um responde à sua maneira à provocação central, numa paisagem sonora onde a língua portuguesa aparece em múltiplas formas, vividas, inventadas, questionadas.


A resposta de Taruma atravessa territórios e camadas. Numa leitura poética e na sugestão de uma música que o acompanha, entrelaça o ronga, o português e a memória do Índico. Mais do que uma participação artística, a sua intervenção é também um gesto de reflexão sobre como a língua molda a sua escrita, identidade e lugar no mundo. “Receber este convite é mais do que uma honra — é uma oportunidade rara de ocupar espaços que nem sempre se abrem a vozes das margens da lusofonia. E, para mim, faz todo o sentido debater a língua portuguesa a partir da poesia e da escuta”, afirma Taruma.


A performance faz parte da programação oficial do Dia Mundial da Língua Portuguesa, uma data instituída pela ONU para celebrar a diversidade e vitalidade da língua falada por mais de 260 milhões de pessoas. A iniciativa é promovida pelo Museu da Língua Portuguesa, gerido pela Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo. Com curadoria de Luiza Romão, Ana Frango Elétrico e da Cinemateca Brasileira, o evento propõe uma celebração ampla da língua portuguesa, com música, poesia, cinema e gastronomia, tudo pensado para mostrar a língua como território comum, mas nunca uniforme.


Poeta, escritor e uma das vozes da nova literatura moçambicana, Álvaro Fausto Taruma tem construído uma obra que pensa a língua como espaço político, íntimo e poético. Venceu o Prémio BCI de Literatura com Matéria para um Grito (2018), foi finalista do Prémio Oceanos (2024) e, em 2023, recebeu o Stephen Spender Prize, no Reino Unido, pela tradução de um dos seus poemas. Desde 2020, integra o júri do Prémio Internacional Pena de Ouro. Publicou Para uma Cartografia da Noite (2016), Animais do Ocaso (2021), Recolher Obrigatório do Coração (2022) e Criação do Fogo (2024), obra que deu origem à peça Não Deixa Arder Até Tarde o Fogo, adaptada e encenada pelo próprio autor. Em 2025, lançou no Brasil o livro Máquina do Olhar.




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