Angola tropeça de novo e complica apuramento na CAN 2025

December 27, 2025
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©️ CONFEDERAÇÃO AFRICANA DE FUTEBOL (CAF)

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Angola voltou a "escorregar" na fase de grupos da CAN 2025, ao empatar 1‑1 frente ao Zimbabué, num jogo em que a vitória era essencial para manter vivas as aspirações de apuramento. Após a derrota na jornada inaugural, este resultado deixa os Palancas Negras numa posição perigosa, com apenas um ponto em duas jornadas e a obrigação de vencer o Egito na última partida.

Com 66% de posse e uma pressão alta, a equipa dominou grande parte do jogo, criando várias oportunidades. Gelson Dala marcou aos 24 minutos, aproveitando uma assistência de Tó Carneiro. No entanto, a liderança revelou-se ilusória. O conjunto não conseguiu manter a intensidade, a circulação de bola tornou-se previsível e a defesa, desorganizada, permitiu ao Zimbabué equilibrar o encontro. Aos 45’+6’, Knowledge Musona aproveitou um contra-ataque rápido e expôs as fragilidades da retaguarda angolana, demonstrando que o problema vai muito além de falhas individuais.

A defesa continua a demonstrar dificuldades de comunicação e organização, especialmente na recuperação após perdas de bola. O meio-campo não consegue ligar eficazmente a posse de bola ao último terço, deixando a equipa sem soluções criativas e incapaz de consolidar vantagens. Apesar de dominar estatisticamente, Angola revelou-se incapaz de transformar superioridade em resultados concretos.

Patrice Beaumelle, recém-chegado à selecção, enfrenta a sua primeira prova real. Apesar de currículo respeitável como adjunto e campeão da CAN em 2012 e 2015, o tempo escasso para conhecer a equipa e implementar uma filosofia de jogo já se traduziu em falta de coesão. A decisão da Federação de demitir Pedro Gonçalves poucos meses antes da competição parece agora injustificável: a equipa sofre com instabilidade e ausência de continuidade, refletindo uma gestão pouco estratégica e precipitada.

O Zimbabué, mais pragmático, explorou as falhas angolanas com transições rápidas e pressão selectiva. A eficácia visitante contrastou com a incapacidade de Angola em consolidar momentos de vantagem, evidenciando não só problemas tácticos, mas também uma falta de maturidade competitiva. Individualmente, Freddy manteve-se como a figura mais consistente da equipa, mas o brilho de um jogador não compensa a ausência de resposta colectiva.

O empate deixa Angola em situação crítica e a equipa precisa, agora, de uma exibição quase perfeita frente ao Egito para evitar uma eliminação precoce. Se há algo evidente após dois jogos, é que dominar estatisticamente não basta: falta estratégia, rigor defensivo e eficácia no último terço. A campanha da selecção corre sério risco de minguar antes de atingir qualquer fase decisiva da CAN 2025.

Sem mudanças estruturais e uma liderança mais assertiva, a selecção angolana arrisca‑se a transformar promessas em frustração. Dia 29 de dezembro contra Egipto a equipa terá de mostrar coragem e competência – ou regressar a casa mais cedo.

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