BANARA: A nova geração do rap guineense entra em batalha pela cultura e consciência

July 21, 2025
BANARA batalha rap guineense
Fotografia de Frankie Cordoba na Unsplash

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O Centro Cultural Franco-Bissau-Guineense acolheu, no sábado, 19 de julho, o lançamento oficial da Batalha Nacional de Rap (BANARA), uma plataforma dedicada à juventude guineense que visa devolver ao hip-hop o seu papel enquanto espaço de intervenção crítica e afirmação cultural.

A cerimónia teve início com a entoação do hino nacional, seguindo-se a atuação do grupo cultural do bairro de Missira, que trouxe à sala a força da dança tradicional ao ritmo dos tambores, num momento de conexão entre a herança ancestral e a criação contemporânea.

Promovida pelo projeto Ossálil, esta iniciativa apartidária, sem fins lucrativos nem filiação religiosa, foi concebida por jovens e dirige-se a jovens. O objetivo é descobrir talentos escondidos nas ruas, escolas e bairros da Guiné-Bissau e dar-lhes palco para que se expressem com liberdade. “A nossa terra é cheia de mentes brilhantes que precisam apenas de uma oportunidade”, destaca a organização.

Com um modelo competitivo baseado em batalhas de freestyle, os participantes enfrentam-se em rondas eliminatórias, com 45 segundos para improvisar. As atuações são avaliadas por um júri e pelo público, tendo em conta critérios como letra, flow, presença de palco, originalidade e interação.

Este projeto surge como resposta ao enfraquecimento da vertente crítica no rap guineense que, entre 2007 e 2012, era marcado por mensagens de justiça social, educação e consciência política. Nos últimos anos, apesar da multiplicação de artistas, muitos observadores apontam uma perda de foco. O novo espaço procura inverter essa tendência, assumindo-se como motor de renovação cultural e estética.

Entre os objetivos principais estão o combate ao estigma associado ao rap no país, a promoção da arte como instrumento de cidadania, o estímulo à comunidade artística através de prémios e a criação de uma verdadeira plataforma nacional dedicada à cultura urbana.

O público-alvo inclui jovens entre os 14 e os 35 anos, sejam amadores ou profissionais, bem como todos os que se interessam pela cultura urbana enquanto forma de transformação social.

Ao valorizar a nova geração de artistas e reconhecer o percurso dos que há anos sustentam a cena local, a Batalha Nacional de Rap reforça o papel do hip-hop guineense como linguagem de educação, diálogo e transformação social. Acima de tudo, propõe-se como um espaço seguro para a pluralidade de vozes que fazem da juventude guineense um verdadeiro palco de possibilidades.

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