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No passado domingo, 13 de julho de 2025, a UNESCO reconheceu o Arquipélago de Bijagós, na Guiné-Bissau, como Património Mundial Natural, um reconhecimento que marca um momento histórico para o país, ao colocar pela primeira vez um local guineense nesta prestigiada lista global. Composto por 88 ilhas, das quais apenas 21 são habitadas, o arquipélago é o lar de cerca de 33 mil pessoas e representa um dos ecossistemas mais ricos, diversos e singulares ao longo da costa atlântica africana.
Embora as Bijagós já fossem reconhecidas desde 1996 como Reserva da Biosfera, esta nomeação da UNESCO reforça a sua proteção e o reconhecimento internacional de um território que alberga características naturais únicas e relevantes do ponto de vista ambiental. Em declarações concedidas à RFI, o ministro do Ambiente, Viriato Cassamá, destacou o simbolismo desta conquista: “Ter um património mundial natural no nosso país é um marco de enorme significado. Para além disso, trata-se do primeiro local da Guiné-Bissau a alcançar este estatuto”, afirmou, sublinhando o impacto positivo que este reconhecimento pode ter para a preservação e valorização do arquipélago.
As ilhas Bijagós distinguem-se como o único arquipélago deltaico ativo em toda a África Ocidental, uma particularidade que se torna ainda mais notável face à escassez de formações geológicas similares a nível global. Neste território encontram-se três parques naturais: Orango, João Vieira e Poilão, e Urok, que protegem uma biodiversidade ímpar desde tartarugas-verdes-de-couro, golfinhos e manatins, até a mais de 870 mil aves limícolas migratórias que encontram ali refúgio. A ilha de Poilão sobressai como um dos locais de nidificação de tartarugas marinhas mais importantes do mundo. Para além destas espécies emblemáticas, os mangais, bancos de lama e zonas intertidais assumem um papel crucial na reprodução de peixes e na manutenção do equilíbrio ecológico da região.
Simultaneamente, a UNESCO inscreveu também o Parque Nacional de Maputo na lista do Património Mundial Natural, numa decisão tomada durante a 47.ª reunião da organização, que decorre em Paris. Este parque, que abrange ecossistemas terrestres, costeiros e marinhos, alberga cerca de cinco mil espécies, consolidando-se como um espaço fundamental para a conservação da biodiversidade. A sua inclusão reforça ainda mais a proteção do ecossistema da região de Maputo, ao complementar os valores de conservação do iSimangaliso, parque contíguo localizado na África do Sul.
O estatuto de Património Mundial Natural representa uma conquista de grande significado para a Guiné-Bissau, mas implica também uma responsabilidade coletiva e partilhada, uma vez que a preservação do arquipélago exige esforços contínuos para proteger a sua biodiversidade e os modos de vida das comunidades locais, garantindo que os recursos naturais sejam geridos de forma sustentável.
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