Arquipélago dos Bijagós mais próximo de integrar a lista de Património Mundial Natural da UNESCO

June 9, 2025
bijagos unesco
📸 : africa.princess_bijagos_jhorta

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O arquipélago dos Bijagós, na Guiné-Bissau, está mais próximo de ser classificado como Património Mundial Natural da UNESCO. A candidatura liderada pelas autoridades guineenses recebeu parecer favorável da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN), que recomendou a inscrição direta do território na lista de bens naturais reconhecidos internacionalmente pela sua relevância ecológica.

Designado oficialmente como “Omatí Minhõ – Ecossistema Marinho e Costeiro do Arquipélago dos Bijagós”, o dossiê submetido à UNESCO foi elogiado pela UICN como exemplo de gestão sustentável e conservação comunitária, destacando o papel ativo da população local no processo.

O anúncio da recomendação foi feito a 5 de junho, pelo ministro do Ambiente, Biodiversidade e Ação Climática da Guiné-Bissau, Viriato Soares Cassamá, no âmbito das celebrações do Dia Mundial do Meio Ambiente. Para o governante, este avanço representa "um reconhecimento do esforço coletivo do Estado, das comunidades e dos parceiros internacionais na preservação ambiental", e poderá traduzir-se em benefícios concretos, como o reforço da investigação científica, o desenvolvimento do ecoturismo e o acesso a mecanismos internacionais de financiamento para a conservação.

Composto por 88 ilhas e ilhéus, o arquipélago dos Bijagós já detém o estatuto de Reserva da Biosfera da UNESCO desde 1996 e está classificado como zona húmida de importância internacional (RAMSAR) desde 2014. A candidatura atual propõe a valorização de três áreas nucleares: os parques nacionais de João Vieira e Poilão, Orango e Urok, considerados habitats críticos para espécies como tartarugas marinhas, hipopótamos de água salgada, tubarões e raias.

A recomendação da UICN será agora analisada na 47.ª Sessão do Comité do Património Mundial da UNESCO, agendada para julho de 2025. Se aprovada, marcará a entrada da Guiné-Bissau no restrito grupo de países com territórios reconhecidos como Património Natural Mundial.

Paralelamente, o governo guineense tem adotado medidas para reforçar a proteção ambiental, entre as quais se inclui a proibição da produção, importação e comercialização de sacos plásticos não biodegradáveis. A Guiné-Bissau participa ainda nas negociações de um futuro tratado internacional sobre poluição por plásticos.

Segundo Viriato Cassamá, a valorização do património natural deve ser acompanhada por um “compromisso nacional com a sustentabilidade, a resiliência ecológica e a justiça intergeracional”.

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