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Quando me perguntam o que é, afinal, o design de um evento, hesito sempre na resposta. Porque, na verdade, não se trata de flores, mesas ou iluminação. Trata-se de emoção. De memória. De essência.
Planear um evento é organizar um dia especial mas é sobretudo criar uma experiência que reflete a identidade de quem a vive. Cada detalhe comunica. Cada escolha tem um peso simbólico, mesmo que não seja imediatamente visível.
Com a chegada dos meses quentes, entramos na época alta dos casamentos, batizados entre várias outras celebrações. Sobre os enlaces, é nesta altura que muitos casais procuram transformar um sonho íntimo numa celebração memorável e o desafio está em não deixar que a pressão das redes sociais ou dos “temas da moda” se sobreponha à verdade do que se quer viver. Porque, num casamento, o mais importante não é a tendência, é a autenticidade.
Antes de se pensar em cores, tecidos ou disposição de cadeiras, é preciso escutar. A escuta ativa é o primeiro passo. Quem está por trás do evento? O que deseja transmitir? Que memórias quer guardar? Cada pessoa traz consigo um universo, e é esse universo que deve ser traduzido em formas, texturas e ambientes.
É por isso que planear um evento exige empatia. Não há fórmulas nem padrões replicáveis. Um casamento ou uma gala podem ter elementos semelhantes, mas não há duas histórias iguais e, por isso, não deve haver duas decorações iguais.
O design, quando pensado com profundidade, vai muito além da estética. Ele atua sobre o nosso bem-estar emocional. Espaços bem desenhados acolhem, abraçam, tranquilizam. Não se trata de luxo, mas de intenção.
A minha formação em educação e psicologia mostrou-me isso: o ambiente molda emoções. O espaço influencia o nosso humor, a forma como comunicamos, a sensação de pertença. Num mundo carregado de estímulos e pressões sociais, um espaço bem pensado pode ser um lugar de pausa, de reencontro, de liberdade.
Num evento, e num casamento, sobretudo, a decoração torna-se uma extensão simbólica dos afetos. Não se trata apenas de "decorar", mas de alinhar o ambiente com a energia do momento. É criar um lugar onde todos se sintam presentes, envolvidos, tocados.
Quando o espaço está emocionalmente sintonizado com as pessoas que o habitam, algo mágico acontece: há mais conexão, mais entrega, mais verdade. A decoração transforma-se num canal de afeto coletivo. E isso não se compra em catálogos.
Cada detalhe tem uma função: a luz certa, o aroma escolhido, a textura do tecido, as palavras projetadas num ecrã. Tudo serve uma missão maior, criar memórias que ainda não aconteceram, mas que serão eternas.
É esse o princípio que orienta o meu trabalho na Decoracon by DR: criar com verdade, com propósito e com afeto. Num tempo em que tudo parece ser copiado, escolhido por algoritmos ou tendências efémeras, optamos pela autenticidade.
Planear eventos é, no fundo, um gesto de escuta, cuidado e criação. Não é apenas estética. É psicologia afetiva em forma de espaço. É saber olhar para o outro e perguntar: como é que este momento pode ser verdadeiramente teu?
Porque no fim, não se trata apenas de decorar um evento. Trata-se de honrar histórias. E isso, para mim, é uma escolha de alma.
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