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A Guiné-Bissau celebrou na sexta-feira, 12 de setembro, o Dia Nacional da Cultura, uma data instituída em 2011 para promover e afirmar a identidade cultural do país. A cerimónia oficial aconteceu no Centro Cultural Franco-Bissau-Guineense e reuniu personalidades nacionais e internacionais.
O evento foi marcado por momentos de simbolismo, com apelos à valorização da cultura guineense como pilar de desenvolvimento e coesão social.
Para Nerida Batista Sá, empreendedora com mais de uma década de atuação no setor, as dificuldades enfrentadas pelos agentes culturais no país, apesar de visíveis, não podem impedir que se olhe para os avanços na percepção coletiva. “Se antes um N’haié era vista como uma indigna na rua, podia ser motivo de estranheza, hoje é motivo de aplausos, porque representa a nossa identidade. Vivemos um tempo de maior conscientização, mas é preciso que o governo dê mais apoio, sobretudo à nova geração, criando espaços onde os jovens com talento possam desenvolver a sua criatividade e mostrá-la ao mundo”, afirmou.
Por outro lado, o músico e produtor Ivan Barbosa defendeu que a expressão artística guineense precisa ultrapassar fronteiras e que isso só será possível com investimento sério no setor. “Temos de valorizar os nossos artistas, escritores, dançarinos, músicos. A cultura não pode ser tratada apenas como um ato simbólico ou um convite a cantar em eventos oficiais. Precisa ser pensada como estratégia de desenvolvimento nacional, com investimentos equivalentes a outras áreas”, sublinhou.
A programação incluiu atuações do Ballet Nacional do grupo Netos de Bandim, e grupo de Mandjuandade de Tina, uma sessão de Djumbai sobre Arte e Cultura, a exibição do filme “No Pudi Fasi”, além de um momento de poesia.
A celebração prestou ainda homenagem a quatro referências da cultura guineense já falecidas: Plaide dos Herdeiros da Mãe, Ivone Maram Cabeça, Américo Gomes e Salinha Bari, reconhecendo os contributos que deixaram para o património nacional.
O espírito da data remete às palavras de Amílcar Cabral, para quem a luta de libertação foi, acima de tudo, um ato de cultura, lembrando que a cultura continua a ser um dos elementos centrais na construção da identidade guineense.
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