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A rapper Ebony utilizou o palco da 9.ª edição do WME Awards para transformar um momento de celebração num discurso de denúncia. Ao receber o prémio de Revelação do Ano, a artista questionou a validade da categoria após oito anos de carreira consolidada, três álbuns editados e mais de 300 milhões de streams acumulados. “Quanto uma mulher negra do rap precisa conquistar para ser considerada revelação?”, perguntou perante o público no BTG Pactual Hall, em São Paulo.
Durante o discurso, Ebony apontou a desigualdade de critérios na indústria musical e denunciou a forma como mulheres negras são retratadas. “A mesma indústria que diz que números não medem talento não nos reconhece nas grandes mídias, porque diz que não temos números suficientes. A indústria quer-nos hipersexualizadas, mas censura a nossa sexualidade nas letras e nas premiações.” A artista dedicou o troféu à rapper Nanda Tsunami, que classificou como “a verdadeira revelação do rap de 2025”.
Nascida Milena Pinto de Oliveira, Ebony iniciou o percurso musical em Queimados, na Baixada Fluminense, onde encontrou nas rimas uma forma de expressão e de resistência social. Autora de faixas como “Cash Cash”, “Glossy” e “Bratz”, tornou-se uma das vozes mais influentes da nova geração do rap brasileiro, ao combinar crítica social, estética alternativa e referências de cultura pop.
Com apenas 25 anos, já soma três discos de estúdio — Visão Periférica (2021), Terapia (2023) e KM2 (2025) —, nos quais transita entre o trap, o funk e o rap de raiz, mantendo uma escrita de forte dimensão pessoal e política. A artista destaca-se ainda por questionar os estereótipos de género e a pressão exercida sobre mulheres negras no mercado musical. “A indústria é traiçoeira com mulheres negras”, afirmou, reforçando o pedido por maior representatividade de artistas trans e fora do eixo Rio–São Paulo.
Poucos dias antes da premiação, Ebony havia apresentado a versão estendida de “KM2”, uma expansão do álbum lançado em maio de 2025. O novo trabalho, que inclui o single “Dona de Casa”, aprofunda a narrativa autobiográfica iniciada no disco original, com canções que exploram temas como identidade, autoestima e reconciliação com o passado.
Em declarações à Rolling Stone Brasil, a artista explicou que a versão completa surge da necessidade de “reabrir e revisitar um projeto muito pessoal”. “É muito mais do que um deluxe. É uma oportunidade de dar continuidade ao que ainda não estava completo quando o álbum foi lançado”, afirmou. O disco conta com colaborações de Larinhx e Black Alien, e mantém o tom introspectivo e emocional que marcou a receção crítica de KM2.
A nova fase artística de Ebony incluirá uma atuação de destaque no Planeta Atlântida 2026, evento que celebra 30 anos como um dos maiores festivais do Brasil. A edição comemorativa decorre nos dias 30 e 31 de janeiro, na Saba, em Atlântida (RS), e terá um alinhamento que mistura nomes consagrados e novas vozes da música brasileira.
O festival contará com patrocínios de marcas como Renner, Banrisul, Coca-Cola, PUCRS e KTO, um casino online que regressa como patrocinador master. A empresa voltará a assinar o espaço Rooftop Open Bar, além de promover ativações interativas e conteúdos digitais sobre as atrações.
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