Encontro Académico expõe falhas na mobilidade entre Guiné-Bissau e Portugal

September 23, 2025
encontro academico guineense

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O Centro Cultural Franco-Guineense acolhe, nos dias 26, 27 e 28 de setembro, a quinta edição do Encontro Académico, uma iniciativa da Associação de Mobilidade de Estudantes Guineenses em Portugal (AMEG-P), que pretende reforçar o papel da comunidade estudantil e promover o debate em torno dos desafios e oportunidades no setor da educação.

O encontro tem como principal objetivo apoiar os estudantes guineenses, tanto no processo de documentação como na sua integração em Portugal. A organização recorda que os constrangimentos sentidos recentemente no Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, revelam não apenas falhas estruturais do Estado como também fragilidades de organização no seio da própria comunidade académica.

Na apresentação do encontro, realizada no Aeroporto Internacional Osvaldo Vieira, em Bissau, o coordenador da Mobilidade, Maiquel José Indí, destacou a inexistência de uma associação académica única que represente os estudantes guineenses em Portugal, sublinhando que a AMEG-P surgiu precisamente para congregar diferentes estruturas e articular uma ação conjunta em defesa das questões académicas. “Os angolanos e cabo-verdianos têm associações que representam os seus estudantes. No caso guineense, existiam apenas organizações dispersas. O coletivo nasceu para unir estas forças e garantir que os assuntos académicos sejam tratados de forma coordenada”, afirmou.

Apesar das dificuldades, deixou uma mensagem de encorajamento aos jovens que pretendem estudar em Portugal, apelando para que procurem junto da organização as informações necessárias, uma vez que a associação se disponibiliza para prestar apoio em todas as etapas da mobilidade estudantil.

A AMEG-P pede ainda a revisão urgente do acordo de mobilidade entre a Guiné-Bissau e Portugal, defendendo a criação de um mecanismo específico que garanta entradas seguras e dignas para os estudantes guineenses. O apelo surge após o episódio ocorrido no final de agosto, em que 41 jovens, com vistos válidos e já colocados em instituições de ensino superior portuguesas, foram impedidos de entrar em território português por alegada falta de documentação e meios de subsistência. O caso gerou indignação e levou a protestos da Associação de Estudantes da Guiné-Bissau em Lisboa (AEGBL) e de várias organizações académicas e civis.

Maiquel José Indí responsabilizou ainda as autoridades nacionais guineense pela ausência de mecanismos eficazes de suporte, afirmando que “a falta de organização tem exposto os estudantes a constrangimentos que poderiam ser evitados, prejudicando a sua formação e o prestígio académico da Guiné-Bissau”, concluiu.

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