Gilyto regressa aos lançamentos com “Funaná To The Moon”

Gilyto Mr. Entertainer está de regresso aos lançamentos discográficos com Funaná To The Moon, um álbum que coloca o funaná no centro de uma proposta contemporânea, sem desligar o género das suas matrizes históricas. O disco, já disponível em todas as plataformas digitais, surge como um exercício de atualização estética e discursiva de uma das expressões mais identitárias da música cabo-verdiana.

Composto por oito faixas, o trabalho reúne temas assinados por Gilyto Semedo e Betú (Adalberto Silva), com produção repartida entre Tino MC, Khaly Angel, Bob Valentino e o próprio artista. O alinhamento inclui participações de xo.CED (Ékisou-Sid), Gilberto IV e Bob Valentino, colaborações que ampliam o espectro sonoro do álbum e sublinham a sua diversidade musical.

Entre os temas que ajudam a definir o tom do projeto está “Kampetxi”, em dueto com xo.CED, canção que convoca memórias de infância em Cabo Verde e recupera o imaginário das brincadeiras durante a época das chuvas. Noutro registo, “Politiku Politika” assume uma leitura crítica do contexto político internacional, refletindo sobre liderança, responsabilidade e serviço público, ao assumir uma leitura social sustentada pela dinâmica rítmica do género.

A dimensão visual do álbum — capa e videoclipe de apresentação — ficou a cargo de its Popo e reforça a narrativa que acompanha o lançamento. Gravado entre os Estados Unidos, Portugal, Holanda e Cabo Verde, Funaná To The Moon contou com um conjunto alargado de músicos e técnicos ligados ao universo do funaná, num processo marcado pela circulação transatlântica que hoje caracteriza a música cabo-verdiana.

O novo disco surge num momento simbólico da trajetória de Gilyto, artista com cerca de 25 anos de carreira e um papel ativo na estruturação do setor musical em Cabo Verde, nomeadamente como fundador dos Cabo Verde Music Awards e cofundador da Sociedade Cabo-verdiana de Música. Funaná To The Moon afirma-se, assim, como um regresso aos originais que dialoga com o passado, mas aponta para a continuidade e projeção futura do funaná no espaço global.