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A conexão de Jéssica Gaspar com a África Lusófona está diretamente ligada à sua ancestralidade. Ao fazer o exame de DNA ancestral, ela descobriu que tem origens em Angola, Uganda, Gabão, Marrocos, Mali e no continente europeu. “Somos todos angolanos em essência”, afirma à BANTUMEN. “Antes de chegar o resultado, comecei a compor para Angola, para Luanda e muitos lugares que estavam aqui no meu coração”. Uma dessas composições era “Fufu”, que está presente no álbum “Raízes”, do DJ Satélite e DJ Galio. “Quando me convidaram, eu ofereci uma música que já estava muito quente em meu coração, mas que ainda não tinha encontrado alguém que tivesse uma boa leitura dela para produzir. Assim aconteceu esse encontro maravilhoso”.
Da Cidade de Deus, no Rio de Janeiro, a cantora brasileira está na Europa para uma turnê que começou na França, passará por Portugal - na Ilha Madeira (09/07) e em Lisboa (11/07, com participação de Lorosae -, Holanda, Espanha e Alemanha. A pretensão dele com essas apresentações é levar ao povo o amor e a pureza da sua canção, somada ao brilho do afro-house.
“Me preparei para estar nesses lugares, com muita alegria, com boa dança, com letras poéticas, que trocam sobre a realidade do Brasil, mas também trocam sobre as belezas do mundo”, observa. “Sou uma pessoa que aprendeu a amar Sara Tavares e muitas outras cantoras que tinham muito prazer em compartilhar a boa poesia, a poesia de paz. Preparei algo doce, forte, que tem o objetivo de encantar com simplicidade e um poder natural”.
Aos que ainda não conhecem, Jéssica é a voz de “Capim Dourado” - que ganhará uma versão remix, também dia 11/07, assinada pelo DJ e produtor Rodrigo Ribeiro - e “Brisa”, produção de Maz + Antdot. Esta ultrapassou os quatro milhões de ouvintes no Spotify, sendo os portugueses os seus maiores ouvintes. Na visão dela, a causa do sucesso dessa música fora do Brasil foi a forma visceral que transmite a energia da essência da música afro-brasileira. “Portugal aprendeu a admirar a cultura afro-brasileira por se conectar naturalmente com este povo, que sempre teve muito a lhe dizer, sempre ofereceu muito axé, boas trocas”. A música é sobre o mar, natureza, Iansã, o vento, e a força de um povo que em tempos de morte canta a vida no ar. Tudo isso direcionado por uma fusão de afro-house e afrobeats, ritmos que aos poucos, e de forma lenta, ganham notoriedade no Brasil. Otimista, ela acredita que 2025 pode ser o ano em que ambos estilos serão impulsionados pela presença de Burna Boy e Tems em festivais brasileiros.
“É um momento onde também podemos abrir as portas como público, como nação, assim como agora a Europa está a abrir essas portas para mim”, ressalta. Então, eu não sinto que não se tornou tão popular como imaginamos, mas que ainda está a ser. Estamos todos a construir nossos bons caminhos pelo mundo. E sinto que na minha música, essas sonoridades brilham. Porque são coisas que gosto de ouvir para dançar, para me inspirar, para relaxar a fazer uma comida, a estar em casa com a minha filha. Então pretendo sim emergir mais nesses ritmos e seguir feliz com essa fusão da essência brasileira e com tudo aquilo que tenho aprendido ao redor do mundo”.
Esse aprendizado tem sido utilizado ao seu favor para expandir o trabalho que faz para além da música. Alguns detalhes não podem ser revelados. Porém, Gaspar adianta que está preparando um disco, que estará presente em dois longa-metragens (ainda não lançados), um deles da dramaturga Grace Passô, e que participa da trilha sonora da segunda temporada da série Cidade de Deus. “Não posso dizer mais nada, porque quando chegar a hora será uma das maiores bênçãos de toda a minha vida”. Em Portugal, assim como nas outras cidades que fará concertos, ela quer imergir um pouco mais na cultura local. “Ver mais sobre a pintura, dança, moda, estudar, passear, trocar com boas pessoas simples. Em cada cidade estarei com o mesmo amor, mesma gratidão, muita fé, muita força, beleza e toda a pureza que eu puder carregar do Brasil”.
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