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O músico angolano Lindu Mona lançou esta sexta-feira, 31 de outubro, o single “Uelele”, acompanhado de um visualizer disponível no YouTube e nas principais plataformas de streaming. O tema integra o próximo álbum do artista, Muxima, que será editado a 29 de novembro, após a divulgação do sétimo e último single.
Com uma sonoridade que atravessa o afro, o tribal e o eletrónico, “Uelele” evoca o sentido de apelo e de socorro - expressão que, em várias línguas bantu, simboliza um pedido de auxílio. O tema aprofunda o diálogo do músico com a ancestralidade, conceito que entende como “uma força vital que se manifesta no corpo, na cultura e na espiritualidade”. Para Mona, “a ancestralidade não é um conceito superficial ou modismo, mas um legado vivo que molda a nossa identidade e a forma como nos posicionamos no mundo”.
Inspirado nas tradições yorubá, o tema aborda a herança simbólica dos corpos negros e a necessidade de resgatar memórias coletivas muitas vezes silenciadas. Na sua perspetiva, as desigualdades sociais, económicas e de saúde que marcam a população negra são resultado de uma história de resistência que continua a exigir reconhecimento.
Ao longo da carreira, Lindu Mona tem sido um dos nomes mais consistentes na afirmação da música angolana contemporânea. Nascido em Luanda sob o nome Firmino Pascoal, integrou formações como Tantra e Perspectiva, e colaborou com figuras como o Duo Ouro Negro, Jorge Fernando e o projeto Umbada. A partir dos anos 1990, iniciou um percurso a solo, criando a editora Zoomusica e editando álbuns como Rosa Afra (2002), Bantu (2010) e Kalunga (2023). Sob o nome Firmino Pascoal, lançou ainda Milongo de Amor (2017) e Africano em Alfama (2019). A sua música tem ecoado em múltiplos palcos, do Festival Sete Sóis Sete Luas, em Itália, ao Maré de Agosto, nos Açores, passando por Lisboa, Évora, Lagos e Figueira da Foz.
Paralelamente, o artista fundou em 2001 o Festival Musidanças, um espaço de encontro entre músicos e criadores dos países lusófonos. O evento viria a tornar-se objeto de estudo etnomusicológico na Universidade Nova de Lisboa, pela forma como promove o diálogo intercultural e questiona os tabus sobre a fusão de tradições.
Com Muxima, Lindu Mona pretende continuar a “chamar a atenção dos angolanos, portugueses e do mundo” para o papel da diáspora africana na formação das identidades culturais atlânticas, das expressões religiosas às linguagens musicais, como a kizomba, nascida da combinação de ritmos e afetos partilhados. O músico sublinha que “respeitar a ancestralidade é honrar quem veio antes de nós” e que o seu objetivo é “garantir que a essência desses legados não se apague, mas se transforme em caminho para as gerações futuras”.
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