Quando moda, cultura e futebol andam lado a lado: a chegada das seleções africanas ao CAN 2025

A 35.ª edição do Campeonato Africano das Nações arrancou este domingo, 21 de dezembro de 2025, em Marrocos, mas começou a desenhar-se ainda antes do apito inicial. À chegada das seleções ao país anfitrião, o CAN 2025 tornou visível uma dimensão paralela à competição desportiva, marcada pela forma como os jogadores e equipas se apresentaram fora das quatro linhas.

Nas chegadas, vários atletas optaram por indumentárias que incorporam referências culturais dos seus países de origem, combinando tecidos tradicionais, padrões simbólicos e propostas de estética contemporânea. Estes momentos, acompanhados por adeptos e alguns meios de comunicação, tornaram-se parte integrante da narrativa do torneio.

Algumas seleções destacaram-se por escolhas visuais consistentes e assumidas. Nigéria, Burkina Faso, Mali, Benim, Costa do Marfim, Senegal, Zimbabué e Comores apresentaram-se com roupas que remetem para referências históricas, identitárias ou para uma leitura mais urbana e contemporânea, revelando opções visuais distintas entre si.

As imagens circularam nas redes sociais, com fotografias e vídeos a gerarem comentários e partilhas, sobretudo entre comunidades africanas e afrodescendentes. Para muitos adeptos, estes momentos funcionaram como espaços de reconhecimento simbólico e visibilidade cultural no contexto de uma competição internacional.

Outras seleções optaram por uma apresentação mais institucional, surgindo com fatos desportivos ou equipamentos oficiais. Egipto, Argélia, Tunísia, Botswana, África do Sul, Moçambique, Camarões e Angola seguiram essa linha mais discreta. No caso angolano, a escolha voltou a ser debatida por parte dos adeptos, sobretudo nas redes sociais, onde se multiplicaram comentários a defender uma maior presença de elementos culturais tradicionais também fora do relvado.

Ainda assim, a chegada da seleção angolana ficou marcada pela energia coletiva. Música, dança e boa disposição acompanharam o grupo, com o kuduro a marcar presença, num registo que sublinhou outras formas de expressão cultural associadas ao futebol.

A partida inaugural, disputada a 21 de dezembro de 2025, colocou frente a frente Marrocos e Comores, na capital do país anfitrião. Moçambique e Angola são as duas únicas seleções de países de língua portuguesa presentes na competição. Angola integra o Grupo B, juntamente com Egipto, África do Sul e Zimbabué, enquanto Moçambique compete no Grupo F, ao lado da Costa do Marfim, atual campeã africana, Camarões e Gabão.

O torneio reúne 24 seleções, distribuídas por seis grupos, num total de 52 jogos, disputados em nove estádios espalhados por seis cidades marroquinas. A fase de grupos decorre até 31 de dezembro de 2025, com a fase a eliminar a arrancar a 3 de janeiro de 2026. A final está marcada para 18 de janeiro, no Estádio Príncipe Moulay Abdellah, em Rabat.