Luís Cunha, um estudante guineense que transformou a paixão por design em negócio, em Portugal

Luís Cunha é um jovem guineense, licenciado em Comunicação e Relações Públicas, que encontrou na cidade mais alta de Portugal, a Guarda, uma oportunidade para se afirmar como empreendedor. Atualmente, concilia a vida de mestrando em Gestão, com especialização em Administração Pública, com o trabalho como bombeiro profissional.

A ideia do negócio surgiu após concluir a licenciatura, inspirado por uma unidade curricular de Design Editorial. Começou por se dedicar à edição de vídeos e criação de cartazes, mas, com o tempo, percebeu que essa paixão podia crescer e tornar-se num projeto mais ambicioso.

No final de 2024, decidiu dar o primeiro passo. Aos poucos, foi adquirindo os materiais necessários, uma decisão que, admite, teve o seu peso. “No início foi muito arriscado. O projeto hoje custou muito a desenvolver porque é na área da sublimação. Na altura comprei a impressora e perdi a garantia, pois tive que alterá-la. Ao invés de utilizar a tinta original, comprei uma sublimática para fazer a estampagem”, explica.

A trabalhar a partir de casa, reconhece que, apesar dos desafios, essa continua a ser a melhor solução para quem está a começar. “É desafiante, mas acaba por ser a melhor opção, porque se tivesse que alugar um espaço teria custos adicionais. Em casa acabo por não ter muitos custos, a não ser a eletricidade por conta da impressora, a prensa térmica e a placa de recorte.”

Os seus principais clientes são colegas de trabalho e estudantes da comunidade PALOP. A estratégia é simples, mas eficaz. “Assim que tenho um artigo novo faço os possíveis por partilhar, no sentido de transformar a minha partilha num potencial angariador de clientes.”

O nome da marca carrega um significado pessoal. “A LC Maker acaba por transmitir aquilo que é o meu próprio nome e ‘maker’ significa criador. Refleti e reparei que é o que eu sou. Representa uma renda extra em relação ao meu salário habitual, o que para mim é um bom ofício.”

Apesar das conquistas, Luís não esconde as dificuldades de produzir de forma independente. Sabe que qualquer erro pode custar caro. “Ao errar na estampagem de uma caneca, isso acaba por ser prejudicial para a empresa e para mim como dono. É desafiante também porque comecei sem tirar formação específica, mas acreditei que ia conseguir e continuo a tornar-me o mais profissional possível.”

Sorri ao falar do futuro. Quer ver o projeto crescer, ir mais longe, tornar a LC Maker numa marca que cria outras marcas, especialmente para quem procura algo único. Acredita que este é o caminho certo para se destacar no sector.

A missão é clara: fornecer produtos de alta qualidade com o máximo de transparência. “Elevar sempre a qualidade dos nossos produtos e serviços que prestamos”, reforça.

A comunicação com os clientes acontece sobretudo através do Instagram, WhatsApp e Facebook da marca, onde partilha os processos de produção, com o compromisso de manter a clareza e a honestidade.

Neste momento, as canecas personalizadas são o produto mais procurado. E é com orgulho que afirma: “Estou orgulhoso daquilo que tenho feito ao longo deste percurso. Tinha incertezas e agora estou a colher os frutos.”

Luís Cunha é exemplo de que a persistência e o foco são aliados essenciais. Sonha ainda trabalhar na sua área de formação e deseja que tudo o que faz o conduza à sua melhor versão, profissional, pessoal e social.