Luiza Botelho leva afro-futurismo e espiritualidade afro-diaspórica ao Festival de Cinema de Vitória

July 16, 2025
Luiza Botelho Festival de Cinema de Vitória
Imagens do filme Bela LX-404, dirigido por Luiza Botelho

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Duas obras dirigidas por Luiza Botelho integram a seleção oficial do Festival de Cinema de Vitória, que decorre entre os dias 19 e 24 de julho de 2025, na capital capixaba. Trata-se da curta-metragem Bela LX-404 e do videoclipe Kel Dia, este último protagonizado pela artista Zubikilla Spencer, que fará sua estreia mundial no evento.

Bela LX-404 será exibido no dia 22 de julho, às 14h, e Kel Dia no dia 23 de julho, também às 14h, ambas as sessões terão lugar na Sala Marien Calixte, no Sesc Glória.

Bela LX-404 apresenta-se como uma ficção afro-futurista marcada por simbolismo e crítica social. Protagonizado pela lendária atriz Léa Garcia (1933-2023), no seu último trabalho em cinema, o filme narra a história de William, um homem solitário que decide adquirir uma robô-esposa com a expectativa de receber um modelo jovem e sedutor. No entanto, é surpreendido com a chegada da Bela LX-404, uma robô com aparência octogenária. A partir daí, estabelece-se um triângulo relacional entre William, a robô e Zezinho, o porteiro trans do edifício onde vivem, com desdobramentos inesperados. A curta já conquistou cinco prémios nacionais e internacionais, entre os quais o de Melhor Curta-Metragem de Ficção no Pan African Film Festival, evento qualificativo para o Oscar.

Por sua vez, o videoclipe Kel Dia, protagonizado por Zubikilla Spencer e pelo ator Lázaro Ramos, apresenta uma linguagem visual poética, em que o lúdico e o espiritual se fundem para criar uma ponte simbólica entre o Brasil e Cabo Verde. A narrativa desenrola-se a partir de um sonho: Zubikilla, ao adormecer durante uma leitura, é transportada para uma praia paradisíaca e embarca com Lázaro num passeio onde a música, o mar e os Orixás (Iemanjá, Oxum, Oxalá e Oxóssi) se entrelaçam. Gravado em Mindelo, na ilha de São Vicente (Cabo Verde), o filme encerra com um gesto de fé e ancestralidade: a amarração de uma fita do Senhor do Bonfim, selando um desejo entre os protagonistas. Fica a dúvida: sonho ou realidade?

Conhecida por uma linguagem cinematográfica que desafia estruturas convencionais e reinventa narrativas centradas em experiências negras e indígenas, Luiza Botelho é frequentemente tida como uma  das novas vozes do cinema afro-diaspórico contemporâneo. Filha e sócia do conceituado realizador Joel Zito Araújo, é também produtora de parte dos seus filmes.

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