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"Maria podia ser a nossa filha, irmã, amiga." É com estas palavras que milhares de pessoas se unem para pedir justiça no caso de Maria Luemba, uma jovem angolana de 17 anos encontrada morta em casa, no dia 12 de junho, na cidade de Aveiro, em Portugal. A sua morte, envolta em dor, suspeitas e muitas perguntas ainda sem resposta, está a mobilizar não só a comunidade angolana na diáspora, mas também cidadãos portugueses e defensores dos direitos humanos.
A notícia ganhou visibilidade após uma reportagem da TVI no programa “Dois às 10”, onde a mãe de Maria, entre lágrimas, rejeitou de forma veemente a hipótese de suicídio, sugerida pelas autoridades como possível causa da morte. “A minha filha não faria isso (...). Ela não gosta de ter dor, como é que ela iria colocar a corda no pescoço dela, ficar pedurada na persiana, quando ela é mais alta (...)”, afirmou, num testemunho carregado de emoção e desespero. No estúdio, o debate alargou-se à importância da saúde mental dos jovens, mas também à necessidade de se ouvir as famílias e aprofundar investigações em casos com contornos pouco claros.
Ainda segundo a reportagem da TVI, a Polícia Judiciária terá indicado que não está a investigar o caso, por não existirem indícios de homicídio, uma decisão que contrasta com os relatos da família, nomeadamente do irmão de seis anos de Maria, que foi a primeira pessoa a encontrar o corpo. De acordo com o testemunho da mãe, a criança, em choque, terá corrido para a rua a pedir ajuda, sendo atendido por uma mulher que, alegadamente, acompanhou o menor até à residência. Esta mulher poderá ser uma testemunha-chave para esclarecer o que terá acontecido, mas o seu paradeiro permanece, até agora, desconhecido.
Contudo, as dúvidas da família não ficaram por aí. Nas redes sociais e em fóruns de debate, começaram a circular alegações de que Maria teria sido vítima de violência extrema. Pouco depois, foi lançada uma petição pública intitulada “Justiça por Maria Luemba - Chega de Silêncio, Chega de Impunidade!”, que rapidamente reuniu mais de 5.600 assinaturas.
No documento, os signatários afirmam que Maria foi “brutalmente violada, torturada e assassinada”, contrariando a versão inicial das autoridades. A petição denuncia ainda uma alegada falta de proteção da jovem, mesmo após ela ter sido alvo de ameaças, e sugere uma possível tentativa de encobrimento, motivada por pressões políticas ou económicas. O silêncio mediático e institucional é outro dos pontos criticados pelos autores, que apelam a uma investigação célere, independente e transparente, exigindo também apoio psicológico, legal e financeiro à família da vítima.
De acordo com informações que circulam publicamente, o Consulado-Geral de Angola no Porto está alegadamente a acompanhar o caso, embora ainda não tenha emitido declarações públicas detalhadas sobre as diligências em curso. A expectativa, por parte da comunidade angolana e dos ativistas envolvidos, é que o apoio institucional se traduza também em pressão diplomática junto das autoridades portuguesas.
O caso tem mobilizado diferentes personalidades públicas, ativistas e membros da sociedade civil, que têm usado as suas plataformas para expor o caso e pressionar por uma investigação rigorosa e transparente.
Como forma de manter viva essa pressão pública, está marcada uma manifestação no próximo dia 29 de junho, às 15h30, em Lisboa. A marcha partirá do Rossio em direção à Praça do Comércio. Organizada por membros da sociedade civil, esta manifestação junta-se ao apelo por verdade, justiça e responsabilização.
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