MIL regressa a Lisboa para quatros dias de música, diversidade e diálogo

O MIL – Lisbon International Music Network regressa a Lisboa entre 8 e 11 de outubro de 2025, ocupando o Beato Innovation District e a Casa Capitão com uma programação que varia entre concertos, debates, laboratórios e oficinas. Na sua nona edição, o festival confirma-se como um dos principais pontos de encontro para a música emergente, mas também como um espaço de reflexão crítica sobre o papel da cultura nas sociedades contemporâneas.

No plano artístico, o cartaz de 2025 reúne mais de meia centena de artistas vindos de catorze países. Do lado brasileiro, destacam-se Zudizila, Xênia França, MC Tchelinho, Flor e Ajuliacosta, nomes que traduzem a vitalidade da produção musical do país, com sonoridades que vão do rap à MPB contemporânea. Entre os portugueses surgem Mano Jio, RS Produções, Vanyfox, Mariela e Rislene, evidenciando a diversidade de uma nova geração que junta tradição, eletrónica e fusões afro-diaspóricas. A estes juntam-se ainda artistas de Cabo Verde, como Silvino Branca e Maria Alice, e propostas de outros países europeus, num mosaico sonoro que espelha a pluralidade cultural do festival.

Paralelamente à programação musical, a convenção do MIL decorre sob o lema “Cultura, Poder e Participação”, estendendo-se por quatro dias de debates e conferências. O objetivo é pensar criticamente o papel da cultura nas sociedades contemporâneas, convocando diferentes vozes do universo artístico, académico e associativo. Xullaji, figura central do hip-hop português e pensador crítico da experiência afrodescendente, a artista chilena Ana Tijoux, o investigador Justin O’Connor, a académica McKenzie Wark e o coletivo Lovers & Lollypops assumem o papel de keynote speakers de uma convenção pensada para ser o mais abrangente possível porque, como afirma a organização nas suas redes sociais, “o debate é plural”. 

Ao grupo anterior juntam-se académicos, investigadores e agentes culturais, entre os quais figuram nomes como Angela Barbosa, Benedito da Luz Lopes, Henriqueta Silva, Marcus Veiga - também conhecido como Sucuru Fitxadu -, Nuno Barbosa, Nuno Varela, Saliu Djau e Sheila Khan, somando-se a estas presenças a participação de artistas e intervenientes como Mynda Guevera e Mizzy Miles, que trazem para o centro da discussão a experiência da cultura urbana e das práticas emergentes. A convenção estrutura-se em três eixos centrais — Cultura e Política, Indústria da Música e Economia Noturna — e propõe uma programação desenhada para estimular o diálogo entre profissionais, investigadores e público. 


A diversidade do cartaz e a natureza dos debates refletem a capacidade do MIL de atrair talentos de diferentes geografias, ao mesmo tempo que valoriza e promove a música e a cultura transatlântica. Esta combinação de programação artística e convenção transforma o festival num ponto de encontro privilegiado para a circulação de ideias, experiências e práticas culturais, onde artistas emergentes têm oportunidade de apresentar-se lado a lado com nomes já consolidados, e participantes da convenção podem partilhar perspetivas sobre os desafios da indústria musical, a economia criativa e o papel da cultura na sociedade contemporânea.

O alcance internacional do festival confirma-se também pelo número recorde de candidaturas recebidas através da open call: mais de 2.200 propostas, provenientes de cerca de 140 países. A forte representação lusófona assegura, também, que Lisboa se mantém como ponto de convergência privilegiado para a circulação de música, ideias e práticas culturais no espaço atlântico.

Os bilhetes já se encontram disponíveis em várias modalidades, desde passes gerais a diários, com preços acessíveis e políticas de inclusão dirigidas a estudantes, menores de 25 anos e pessoas com mobilidade reduzida.