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O músico, humorista e espiritualista Charles Bois Poaty, uma das figuras mais marcantes da cultura angolana, morreu na madrugada desta segunda-feira, 20 de outubro, aos 73 anos. Segundo informações avançadas pelo Platina Line, o artista deu entrada já sem vida no Hospital Cardeal Dom Alexandre do Nascimento, por volta das 4h00, e as equipas médicas apenas confirmaram o óbito. As causas da morte ainda não foram divulgadas oficialmente e a família deverá pronunciar-se nas próximas horas, incluindo informações sobre o velório e as cerimónias fúnebres.
A notícia da sua morte encerra uma era para a música e a cultura angolana. Charles Bois Poaty deixa um legado que transcende géneros e gerações, com uma carreira que combinou música, humor e espiritualidade, sempre com uma ligação à identidade cultural do povo angolano. Reconhecido pela sua versatilidade e pela forma como unia influências tradicionais e contemporâneas, o artista foi um dos grandes promotores da harmonia e da valorização da cultura nacional.
Mestre em Tratamentos Espirituais e Doutor em Ciências Ocultas pelo Instituto Superior de Alta Magia, na Índia, Bois Poaty acreditava que a energia e a harmonia interior eram a base do bem-estar humano. Em 2023, durante uma conversa no programa Showbiz Talk, da Platina FM, partilhou uma das suas convicções mais conhecidas: “Dormir em óbitos causa envelhecimento precoce. Pode ir a um funeral, mas não aceita dormir.” Era um homem que via a espiritualidade como prática de proteção e equilíbrio, e que levava essa filosofia para a arte e para a vida.
O seu nome figurava entre os 670 cidadãos a serem condecorados pelo Presidente da República, João Lourenço, no âmbito das celebrações dos 50 anos da Independência Nacional. A cerimónia, que teve lugar nos dias 18 e 19 de julho, em Luanda, distinguiu personalidades que contribuíram de forma relevante para o desenvolvimento do país. Charles foi agraciado na Classe Paz e Desenvolvimento, um reconhecimento à sua trajetória marcada pela promoção da paz, da coesão social e da cultura angolana.
Além da música, foi também um comunicador, contador de histórias e um guardião de saberes espirituais. Com humor refinado e sabedoria ancestral, falava da vida com leveza e profundidade, acreditando que a música podia curar.
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